Opinião
Azeite, cultura e prazer gastronómico
Há uma frase, muito antiga, que define a nossa relação com os produtos naturais
Há uma frase, muito antiga, que define a nossa relação com os produtos naturais: "Considera-se que o melhor azeite está em cima, o melhor vinho, no meio e o melhor mel, no fundo". São círculos de vida que nos ligam à terra e à natureza e ao que de melhor ela nos traz para a mesa. Portugal sempre foi um país de azeite. Está intimamente ligado ao seu dia-a-dia e à sua cultura e, claro, à sua rica gastronomia. Sem azeite como daríamos sabor e aroma à maioria dos nossos pratos de peixe? Sem ele, como daríamos um gosto único à carne que fritamos? Só com pão, numa pequena taça, o azeite é um prazer. Houve uma altura, em meados do século XX, que renegámos a tradição e os óleos alimentares surgiram para afastar o azeite das nossas mesas. A produção ressentiu-se mas, no mesmo ciclo internacional de profundo reconhecimento pela culinária mediterrânica, nos últimos anos voltou-se à plantação de oliveiras no nosso país. A árvore da diplomacia, aquela que consegue conviver com todas as outras, voltou a ser acarinhada pelos portugueses. Novos azeites surgiram e muitos deles com cuidados sérios e uma imagem rejuvenescida. Reaproximámo-nos da nossa cultura, voltámos a celebrar aquilo que o azeite nos traz desde os tempos mais remotos: saúde e bom gosto. Nestas páginas olhamos para este delicioso mundo que faz parte crucial da cultura portuguesa e da sua melhor gastronomia. São páginas deliciosas.
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