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Opinião
04 de Agosto de 2011 às 10:12

Superar as injustiças

Perante um comportamento injusto, deve-se procurar esclarecer o assunto sem responder à agressão com outra agressão.

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Ao longo do percurso profissional de cada um, serão várias as injustiças que tem de se enfrentar. Pode ser um colega desonesto que o prejudica, uma avaliação negativa imerecida ou um superior que o "persegue". O modo como cada um enfrenta essas injustiças é que será decisivo para as conseguir ultrapassar.

Apesar do que outros façam, a solução é o próprio ser honesto, sem ser ingénuo.
A questão essencial radica nos "princípios". Será necessário uma pessoa ser fiel aos seus princípios, respeitar-se a si mesma e não cometer as mesmas injustiças de que é alvo. Apesar do que outros façam, a solução é o próprio ser honesto, sem ser ingénuo.

Perante um comportamento injusto, deve-se procurar esclarecer o assunto de um modo correcto, sem responder à agressão com outra agressão. Não se trata de assumir uma atitude "deixa andar, não é nada" mas de enfrentar lealmente o problema. Falar com as pessoas envolvidas "cara a cara", confrontando os diferentes pontos de vista. No entanto, por vezes nem sequer é dada hipótese de defesa. Nesse caso, devem-se empregar todos os meios legítimos para denunciar e corrigir o erro. É útil desabafar com alguém de confiança e recorrer a pessoas experientes e competentes, não só para resolver essa questão em concreto, mas também para impedir que no futuro outros sofram o mesmo. Ganha-se, assim, uma motivação adicional ao lutar por algo superior a si mesmo. Há um objectivo concreto. A pessoa "cresce e amadurece", pois nada realiza tanto um indivíduo como a consciência de estar a lutar por um ideal justo.

Os dois filmes seleccionados retratam duas histórias verídicas. Ambos abordam casos extremos de "injustiças" enfrentadas de modo forte e coerente. Até exemplar.




"A Conspiradora"


"The Conspirator"
Realizador: Robert Redford
Actores: Robin Wright; James McAvoy
Música: Mark Isham
Duração: 120 min. | Ano: 2010


Quando o presidente A. Lincoln é assassinado, monta-se rapidamente uma "caça ao homem" que leva à prisão os criminosos. Perante a emoção do momento, as circunstâncias dramáticas e a pressão da opinião pública, nomeia-se um tribunal militar para os julgar e condenar à morte, vingando assim o bárbaro crime.

Há vários cúmplices para além do autor material dos disparos. Uma das pessoas envolvidas é a dona de uma pensão, onde os acusados se reuniam para combinarem o plano. Para a defender, é escolhido um jovem advogado. Ele não quer, pois como toda a gente, considera que ela devia ser condenada. Mas acaba por aceitar. Descobre que, apesar dessa mulher ser contra as políticas de Lincoln, está inocente e não o matara. Defende-a, então, contra tudo e contra todos, pondo em causa a sua reputação. Sabe que, em primeiro lugar, quem o julga é a sua própria consciência e actua de acordo com o que sabe ser a verdade do caso.

O rapaz perde a causa e a mulher é enforcada. Nem nessa ocasião desiste e vem a conseguir que, mais tarde, os civis tenham direito a julgamentos fora de tribunais militares. Ele luta até às últimas consequências com todas as armas legítimas ao seu dispor. Acaba por vencer e é recompensado por quem realmente importava.


Tópicos de análise



Só é vencido quem não tenta. Desistir é a primeira e imediata derrota.
A verdade tem uma força que. apesar de poder ser maltratada, acaba por vencer.
A "injustiça" apela ao que há de melhor em cada um para se superar e ser melhor.








"Jogo Limpo"


"Fair Game"
Realizador: Doug Liman
Actores: Naomi Watts; Sean Penn
Música: John Powell
Duração: 105 min. | Ano: 2010


Valerie Palme é uma agente da CIA. Em 2003, a sua identidade é revelada publicamente, causando um escândalo político nos EUA e pondo em risco várias missões em que se encontra envolvida. O filme segue a história deste caso real onde se vem a descobrir que a fonte de tal informação provém de elementos próximos do próprio governo americano, que pretendiam atingir e descredibilizar o seu marido, um feroz opositor da guerra do Iraque.

A rapariga vê-se de repente implicada num jogo de vinganças por parte dos seus superiores hierárquicos directos. Tenta falar com eles mas nada consegue e o caso torna-se irreversível, perdendo o seu emprego de um modo imediato. A sua relação com o marido deteriora-se pois ele decide expor na comunicação social a sua versão dos factos atacando os políticos ainda com mais violência.

Ela hesita, não sabe o que fazer. A opinião pública discute a situação sem dó nem piedade. Toda a sua vida profissional e a sua esfera íntima são afectadas. Toma, então, a decisão de recorrer a pessoas da máxima confiança. Os seus pais. Fala com eles. Ouve os seus conselhos e pondera a questão com calma. Resolve reunir esforços com o marido, unindo a sua família para enfrentar as injustiças com coragem.


Tópicos de análise



Ter a consciência que se luta por uma causa justa fortalece a motivação.
O apoio familiar é essencial ao enfrentar os problemas profissionais.
Envolver os órgãos de comunicação é eficaz quando se actua com a total transparência.






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