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02 de Fevereiro de 2009 às 13:29

Reequilibrar o mercado é necessário

Perante a constatação de que o mercado, hoje em dia, já não funciona normalmente é necessário relançá-lo e encontrar formas de facilitar o funcionamento da economia.

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Perante a constatação de que o mercado, hoje em dia, já não funciona normalmente é necessário relançá-lo e encontrar formas de facilitar o funcionamento da economia.

O papel do Estado no sanar da situação financeira das empresas, sobretudo no que se refere à distribuição do crédito por parte dos bancos, é indiscutivelmente importante. Contudo, é igualmente importante ter presente que a ajuda do Estado não pode ser a resposta mais adequada para a gestão da crise, pelo menos no que respeita às pequenas e médias empresas portuguesas.

As empresas têm de ter consciência de que estão enquadradas numa economia de mercado, com sistemas próprios, longe de serem perfeitos. Essencial também é que estas empresas consigam sobreviver a períodos conturbados como o que vivemos actualmente, de forma autónoma, deixando para trás a mentalidade "se o banco não ajuda, o Estado salva".

Numa entrevista dada recentemente a uma rádio francesa, George Pauget, presidente da Federação Francesa de Bancos e director-geral do banco Crédit Agricole, reitera a importância da utilização de meios alternativos de financiamento. O especialista deixa algumas pistas: "depois de vários estudos e análises [no Crédit Agricole] decidimos dar prioridade ao factoring; e liquidar de imediato as facturas das empresas, financiando as tesourarias, pode mesmo ser a única solução para muitas empresas".

A falta de liquidez de tesouraria é, muitas vezes, o único entrave para que as empresas, sobretudo as micro, pequenas e médias, avancem com negócios. Os créditos incobráveis afectam a larga maioria destas empresas em Portugal e isso é fatal, sobretudo em alturas de crise financeira e de falta de confiança dos mercados.

Por tudo isto, importa, mais do que nunca, formar a maior parte do tecido empresarial do nosso país, no sentido de lhes dar a conhecer alternativas ao empréstimo bancário e às ajudas do Estado. Existem outros mecanismos, e o factoring é um bom exemplo, que servem de escudo na "guerra" que junta no mesmo e único campo de batalha: falta de liquidez, créditos incobráveis e corte na concessão de empréstimos bancários.

No centro desta "guerra" de sobrevivência das empresas que fazem avançar a nossa economia, Estado, bancos, empresários e actores do mercado em geral, devem incentivar a actuação pró-activa das empresas na procura destas soluções. Se dermos peixe a um homem faminto, vamos alimentá-lo por um dia, mas se o ensinarmos a pescar ele alimenta-se a vida toda.

E assim se consegue dinamizar o mercado e o negócio das empresas, que não podemos deixar "morrer à fome".



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