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O país da maionese

Nesta altura do ano há sempre um choque entre o Velho e o Novo Mundo. Um representa o Governo. O outro a leal oposição. A oposição bate à porta do Governo e ameaça a sua pacatez com uma picareta.

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Este diz que somos um exemplo para todo o mundo, apesar das dificuldades conjunturais. O despique entre Governo e oposição na «rentrée» é uma versão da patinagem na maionese. Todos se alimentam da sua própria euforia. Esta é uma época em que Governo e oposição costumam tentar surpreender os eleitores: apresentam os seus grandes temas de debate político para os próximos meses. Normalmente os assuntos são tão surpreendentes que apenas conseguem estimular os próprios partidos proponentes. Nada que leve o país a sair do jogo de bilhar às três tabelas onde finge criar soluções para a vitória. A oposição vai confrontar o Governo com as questões sociais. O executivo, com o auxílio da sua caixa de ressonância parlamentar, vai falar da União Europeia. O país não sabe que fazer: se esperar as propostas inovadoras dos partidos ou aproveitar para ver os últimos episódios de «Floribella» ou dos «Morangos com Açúcar». É uma escolha difícil. Os portugueses são sentados à força para ver a peça de teatro estilo Parque Mayer em que a política nacional se tornou. Antigamente havia um «compère» que alinhavava umas graçolas para a plateia rir. Hoje Governo e oposição prometem uma depressão controlada. Como «rentrée» política não poderíamos ter melhor aperitivo.
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