Opinião
O interruptor da Bastilha
Hollande venceu, a Europa vai dar o salto! Calma, Quadros. A Europa está como os atletas de salto em altura na fase de preparar a chamada.
Poder - é o cuidado que os outros têm com o que dizem à tua frente em relação ao pouco cuidado que tens no que dizes em frente aos outros.
João Quadros, há umas horas.
Hollande venceu, a Europa vai dar o salto! Calma, Quadros. A Europa está como os atletas de salto em altura na fase de preparar a chamada. Está a ameaçar que vai saltar, mas ainda não saiu do lugar. Se calhar, nem chega a saltar. Estamos a dar demasiada importância ao assunto - Soares dos Santos não sabia que havia eleições em França. O optimismo descontrolado de Nafarros (Hollande está à espera que traduzam a mensagem em francês de Mário Soares) precisa de um banho gelado, como fazem nos países do norte da Europa.
Eu temo que a Bastilha vá parir um rato. Receio o pior, porque Hollande venceu com um discurso muito semelhante ao que Passos Coelho usou para vencer as últimas eleições em Portugal, e depois foi o que se viu. Aliás, se os franceses lessem alguns sábios jornalistas e comentadores portugueses não votavam Hollande - somos tão esclarecidos.
Há vários sinais que apontam que podemos estar na presença de mais do mesmo. Por exemplo: Hollande já foi eleito há uns dias e ainda não deu o exemplo do Tribunal de Portalegre. E há o sinal principal (uma verruga!): a ida de Hollande a Berlim. Não pode ser. A Senhora Merkel que vá a Paris. Eu sei que é uma cidade demasiado romântica para quem não tem coração mas chegou a vez dela tirar o rabinho (eufemismo) da cadeira e ir ter com ele.
Não sendo assim, ficamos com a tal agenda/adenda para o crescimento, e importa perceber se Hollande vai voar para Berlim em primeira ou em turística.
Claro que também existem sinais positivos inequívocos na eleição de Hollande. Austeridade já não é a palavra mascote da liderança europeia e, de um dia para o outro, o Gaspar ficou démodé. De tal forma, que Schäuble diz que Gaspar teria condições para ser um bom presidente do Eurogrupo. Ou seja, já lhe estão a arranjar emprego. Mas, o bom alemão acrescentou: "tem todas as condições para ocupar o cargo na liderança do Eurogrupo. No entanto, há um ponto que deita tudo a perder, o facto de Vítor Gaspar ser português e de Portugal estar sob intervenção externa". Ou seja, Gaspar não tem roupa para isso. Ainda bem que para o lugar de vice-presidente do BCE não existe este grau de exigência.
E se de França sopram "brisas frescas" de mudança, da Grécia chegam furacões. Nenhum partido tem mais de 20% e, depois das legislativas, a Grécia parece um daqueles anúncios chocantes da Benetton. A Grécia para a imprensa internacional: aquele país maluco onde até nazis foram eleitos (ao menos em França não passaram do terceiro lugar nas presidenciais com 20%). Estava a olhar para o símbolo do partido nazi grego, e eu também sempre tive dificuldade em desenhar uma suástica.
Na minha opinião, deve ser cada macaco no seu galho. Chegou a altura da Grécia mostrar à Alemanha como se faz Democracia e a Alemanha explicar à Grécia como se fazem Partidos Nazis. Ou outro caminho passa por precisarmos de uma III Guerra Mundial, mas sem grandes gastos. Uma Guerra Mundial que aposte no crescimento sem esquecer a austeridade - os alemães eram bons na parte do reciclar.
7 radicais livres
1. Marketing brilhante - 50% nos preservativos no dia da mãe.
2. Pingo Doce paga trabalho no 1º de Maio a 500% - trabalhadores do Pingo Doce que trabalharam no feriado lançam OPA sobre a Cimpor.
3. ACP preocupado com a situação na Grécia.
4. UGT continua a bater-se para salário mínimo chegar rapidamente aos 500 euros - Acho mal. Depois, como distinguimos o salário mínimo do médio?
5. Seguro trata Hollande por tu - está demasiado à esquerda. Seguro trata Hollande por tu e Sócrates por você.
6. Cavaco considera existir alguma possibilidade de inversão da tendência no 2º semestre - Aníbal larga Keynes e segue Alois Alzheimer.
7. Sarkozy recebeu esta semana o Presidente da Costa do Marfim, num claro sinal de dor de corno.
João Quadros, há umas horas.
Hollande venceu, a Europa vai dar o salto! Calma, Quadros. A Europa está como os atletas de salto em altura na fase de preparar a chamada. Está a ameaçar que vai saltar, mas ainda não saiu do lugar. Se calhar, nem chega a saltar. Estamos a dar demasiada importância ao assunto - Soares dos Santos não sabia que havia eleições em França. O optimismo descontrolado de Nafarros (Hollande está à espera que traduzam a mensagem em francês de Mário Soares) precisa de um banho gelado, como fazem nos países do norte da Europa.
Há vários sinais que apontam que podemos estar na presença de mais do mesmo. Por exemplo: Hollande já foi eleito há uns dias e ainda não deu o exemplo do Tribunal de Portalegre. E há o sinal principal (uma verruga!): a ida de Hollande a Berlim. Não pode ser. A Senhora Merkel que vá a Paris. Eu sei que é uma cidade demasiado romântica para quem não tem coração mas chegou a vez dela tirar o rabinho (eufemismo) da cadeira e ir ter com ele.
Não sendo assim, ficamos com a tal agenda/adenda para o crescimento, e importa perceber se Hollande vai voar para Berlim em primeira ou em turística.
Claro que também existem sinais positivos inequívocos na eleição de Hollande. Austeridade já não é a palavra mascote da liderança europeia e, de um dia para o outro, o Gaspar ficou démodé. De tal forma, que Schäuble diz que Gaspar teria condições para ser um bom presidente do Eurogrupo. Ou seja, já lhe estão a arranjar emprego. Mas, o bom alemão acrescentou: "tem todas as condições para ocupar o cargo na liderança do Eurogrupo. No entanto, há um ponto que deita tudo a perder, o facto de Vítor Gaspar ser português e de Portugal estar sob intervenção externa". Ou seja, Gaspar não tem roupa para isso. Ainda bem que para o lugar de vice-presidente do BCE não existe este grau de exigência.
E se de França sopram "brisas frescas" de mudança, da Grécia chegam furacões. Nenhum partido tem mais de 20% e, depois das legislativas, a Grécia parece um daqueles anúncios chocantes da Benetton. A Grécia para a imprensa internacional: aquele país maluco onde até nazis foram eleitos (ao menos em França não passaram do terceiro lugar nas presidenciais com 20%). Estava a olhar para o símbolo do partido nazi grego, e eu também sempre tive dificuldade em desenhar uma suástica.
Na minha opinião, deve ser cada macaco no seu galho. Chegou a altura da Grécia mostrar à Alemanha como se faz Democracia e a Alemanha explicar à Grécia como se fazem Partidos Nazis. Ou outro caminho passa por precisarmos de uma III Guerra Mundial, mas sem grandes gastos. Uma Guerra Mundial que aposte no crescimento sem esquecer a austeridade - os alemães eram bons na parte do reciclar.
7 radicais livres
1. Marketing brilhante - 50% nos preservativos no dia da mãe.
2. Pingo Doce paga trabalho no 1º de Maio a 500% - trabalhadores do Pingo Doce que trabalharam no feriado lançam OPA sobre a Cimpor.
3. ACP preocupado com a situação na Grécia.
4. UGT continua a bater-se para salário mínimo chegar rapidamente aos 500 euros - Acho mal. Depois, como distinguimos o salário mínimo do médio?
5. Seguro trata Hollande por tu - está demasiado à esquerda. Seguro trata Hollande por tu e Sócrates por você.
6. Cavaco considera existir alguma possibilidade de inversão da tendência no 2º semestre - Aníbal larga Keynes e segue Alois Alzheimer.
7. Sarkozy recebeu esta semana o Presidente da Costa do Marfim, num claro sinal de dor de corno.
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