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11 de Maio de 2012 às 12:27

O interruptor da Bastilha

Hollande venceu, a Europa vai dar o salto! Calma, Quadros. A Europa está como os atletas de salto em altura na fase de preparar a chamada.

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Poder - é o cuidado que os outros têm com o que dizem à tua frente em relação ao pouco cuidado que tens no que dizes em frente aos outros.
João Quadros, há umas horas.


Hollande venceu, a Europa vai dar o salto! Calma, Quadros. A Europa está como os atletas de salto em altura na fase de preparar a chamada. Está a ameaçar que vai saltar, mas ainda não saiu do lugar. Se calhar, nem chega a saltar. Estamos a dar demasiada importância ao assunto - Soares dos Santos não sabia que havia eleições em França. O optimismo descontrolado de Nafarros (Hollande está à espera que traduzam a mensagem em francês de Mário Soares) precisa de um banho gelado, como fazem nos países do norte da Europa.

Eu temo que a Bastilha vá parir um rato. Receio o pior, porque Hollande venceu com um discurso muito semelhante ao que Passos Coelho usou para vencer as últimas eleições em Portugal, e depois foi o que se viu. Aliás, se os franceses lessem alguns sábios jornalistas e comentadores portugueses não votavam Hollande - somos tão esclarecidos.

Há vários sinais que apontam que podemos estar na presença de mais do mesmo. Por exemplo: Hollande já foi eleito há uns dias e ainda não deu o exemplo do Tribunal de Portalegre. E há o sinal principal (uma verruga!): a ida de Hollande a Berlim. Não pode ser. A Senhora Merkel que vá a Paris. Eu sei que é uma cidade demasiado romântica para quem não tem coração mas chegou a vez dela tirar o rabinho (eufemismo) da cadeira e ir ter com ele.
Não sendo assim, ficamos com a tal agenda/adenda para o crescimento, e importa perceber se Hollande vai voar para Berlim em primeira ou em turística.

Claro que também existem sinais positivos inequívocos na eleição de Hollande. Austeridade já não é a palavra mascote da liderança europeia e, de um dia para o outro, o Gaspar ficou démodé. De tal forma, que Schäuble diz que Gaspar teria condições para ser um bom presidente do Eurogrupo. Ou seja, já lhe estão a arranjar emprego. Mas, o bom alemão acrescentou: "tem todas as condições para ocupar o cargo na liderança do Eurogrupo. No entanto, há um ponto que deita tudo a perder, o facto de Vítor Gaspar ser português e de Portugal estar sob intervenção externa". Ou seja, Gaspar não tem roupa para isso. Ainda bem que para o lugar de vice-presidente do BCE não existe este grau de exigência.

E se de França sopram "brisas frescas" de mudança, da Grécia chegam furacões. Nenhum partido tem mais de 20% e, depois das legislativas, a Grécia parece um daqueles anúncios chocantes da Benetton. A Grécia para a imprensa internacional: aquele país maluco onde até nazis foram eleitos (ao menos em França não passaram do terceiro lugar nas presidenciais com 20%). Estava a olhar para o símbolo do partido nazi grego, e eu também sempre tive dificuldade em desenhar uma suástica.

Na minha opinião, deve ser cada macaco no seu galho. Chegou a altura da Grécia mostrar à Alemanha como se faz Democracia e a Alemanha explicar à Grécia como se fazem Partidos Nazis. Ou outro caminho passa por precisarmos de uma III Guerra Mundial, mas sem grandes gastos. Uma Guerra Mundial que aposte no crescimento sem esquecer a austeridade - os alemães eram bons na parte do reciclar.




7 radicais livres

1. Marketing brilhante - 50% nos preservativos no dia da mãe.

2. Pingo Doce paga trabalho no 1º de Maio a 500% - trabalhadores do Pingo Doce que trabalharam no feriado lançam OPA sobre a Cimpor.

3. ACP preocupado com a situação na Grécia.

4. UGT continua a bater-se para salário mínimo chegar rapidamente aos 500 euros - Acho mal. Depois, como distinguimos o salário mínimo do médio?

5. Seguro trata Hollande por tu - está demasiado à esquerda. Seguro trata Hollande por tu e Sócrates por você.

6. Cavaco considera existir alguma possibilidade de inversão da tendência no 2º semestre - Aníbal larga Keynes e segue Alois Alzheimer.

7. Sarkozy recebeu esta semana o Presidente da Costa do Marfim, num claro sinal de dor de corno.

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