Opinião
O dilema do PS
O PS vive em lua-de-mel com o poder.
A generalidade dos seus dirigentes já sonha com o momento em que subirá a escadaria de S. Bento. Mas ainda está no primeiro degrau. A grande prova só agora começou.
As eleições serão uma corrida. Os candidatos terão de se submeter às provas dos beijos das peixeiras, de comer o máximo de pastéis de bacalhau e de provar um copo de tinto em cada tasca do país. E, depois, aparecer na televisão com ar de quem acabou de acordar.
Quem vence esta maratona ganha o direito ao cargo de primeiro-ministro. Isso lembra uma coisa: o PS ainda não ganhou e o PSD não perdeu. Santana Lopes é um orador nato e mesmo na mó de baixo nada garante que não renasça como uma Fénix.
Os elementos mais avisados do PS sabem disso e que um partido pode sempre confundir-se com a sua sombra. A sombra do PS é Guterres que muitos portugueses ainda confundem com uma trovoada. E que, pensando que pode ser PR, não vai deixar de tentar aparecer como o Ícaro do PS. Capaz de voar com o partido e notável a fazer o PS cair estrondosamente consigo.
O PS tem este dilema: ninguém come uma banana com casca duas vezes seguidas.