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22 de Novembro de 2004 às 13:59

O bairro do Ippar

Portugal orgulha-se de desprezar a sua memória. Basta percorrermos a Baixa pombalina para percebermos que a nossa atenção pelo património é nula.

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É por isso que o processo de classificação do Bairro Alto como património nacional pelo Ippar não deixa de nos fazer sorrir.

Depois de muitos moradores na zona terem protestado activamente contra o que se passa no Convento dos Inglesinhos (onde a anterior administração da Santa Casa e o Governo PS tiveram uma acção deplorável), a entidade que faz doutrina sobre a memória nacional decidiu deixar de estar sentada. E está a fingir que age.

Pode ser bom para o futuro, mas não invalida a sua inoperacionalidade no passado.

O Ippar é um dos casos de ficção científica a nível nacional. Não actua quando deve e age quando deveria estar quieto.

Quando não existir património se verá o que vão fazer os seus responsáveis. Agora dizem que vão tornar o Bairro Alto um castelo contra as invasões bárbaras.

Antes permitiram que, por exemplo, o Convento dos Inglesinhos e que o muro de contenção que terá sido da autoria de Carlos Mardel fosse devastado.

O próprio Aqueduto das Águas Livres tem sido cortado a eito. E o que faz o Ippar? Assobia para o ar?

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