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18 de Fevereiro de 2011 às 12:02

Moção valente e mortal

"Nunca pertenceria a um clube que me aceitasse como sócio". Groucho Marx

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Francisco Louçã veio a público explicar a lógica da moção de censura do Bloco de Esquerda; e o final do Lost. Não fiquei convencido. A política não pode ser assim tão complicada (e não foi o gordo).

Acho que, mais uma vez, o problema está no nome. E percebo que os partidos de direita não aceitem esta moção de censura. Porque, a moção de censura clássica, não é esta. Podem dar-lhe outro nome, se quiserem, mas isto não é uma moção de censura! A moção de censura, natural, tradicional, como Deus gosta, consiste em: deputados, de partidos diferentes, que se unem com o objectivo de ter uma maioria, para assim conseguir derrubar o governo.

Não sou tão conservador e acho que cada moção sabe de si, mas concordo que o que foi anunciado não é uma moção de censura. Está longe de ser uma moção de crítica valente e não chega a ter categoria para que seja, exageradamente, tratada por moção de advertência. É uma moção de "segurem-me senão eu sou capaz de me ir a ele". O objectivo não é derrubar o governo, é fazê-lo contorcer-se, fazendo-lhe cócegas.

O Bloco de Esquerda, fiel aos seus princípios, quer usar a bomba atómica mas de forma a que não seja prejudicial ao meio ambiente. Quer usar o cartão vermelho mas não quer expulsar o jogador. Louçã quer uns Idos de Março mas com os senadores a apunhalar César com facas de teatro. Para que o discurso de Louçã bata certo, os deputados do Bloco de Esquerda vão votar a moção de censura a fazer o pino.

O Bloco de Esquerda faz que é mas não é, e fica sempre na indecisão entre querer ser um partido e não querer parecer ser um - pede emprestado um candidato presidencial e torna imprestável a moção de censura da sua autoria. É isso que assusta. Assusta os outros partidos, pode; e deve; assustar o eleitorado e assusta, de certeza, os deputados do Bloco de Esquerda. Porque o Bloco de Esquerda tem receio da sua própria inconsciência. Por isso, o Bloco, olha para a sua bancada parlamentar e escolhe um candidato presidencial de outra bancada. Por isso, faz uma moção de censura ao governo mas, primeiro, pede aos adultos que estejam de olho, e tenham mão nisto, não vá a coisa descambar e o governo acabar mesmo por cair; com a brincadeira parva. O Marx do Bloco, não é o Karl, é o Groucho.

E marcar uma moção de censura com a antecedência de quem envia convites de casamento, não é natural. E mais estranho se torna se atentarmos na data. Se calhar não é uma moção de censura é uma homenagem - 10 de Março - faz anos Bin Laden.


The Special Bank
Mourinho assinou pelo BCP - O treinador do Real Madrid vai ser o novo rosto das campanhas publicitárias do Millennium. Mourinho vai motivar o pessoal do Millennium bcp e, em contrapartida, Santos Ferreira vai dar informações ao Special One sobre jovens promessas do futebol iraniano. Parece-me uma boa aposta. O lema "O nosso trabalho, a nossa paixão" é um bom lema. Tentar atingir a realização máxima através do trabalho, com a ajuda de Mourinho, faz muito mais sentido do que com a bênção de Josemaría Escrivá de Balaguer (que ainda por cima era praticamente catalão). Entretanto, consta que a Administração do BPN contratou o Paulo Sérgio (frase-chave: "Eu não sou o pior. Mas ninguém é pior do que eu"). E tenho para mim que o Oliveira e Costa devia ser contratado pelo SCP para animar as contas do clube. É que fiquei muito deprimido quando vi o Bettencourt a explicar, aos jogadores do Sporting e ao Maniche, que a venda do Liedson ajudava a pagar os ordenados deles. Fez-me lembrar a história daquele indivíduo que tinha duas galinhas e uma delas adoeceu, e ele resolveu matar a galinha boa para fazer uma canja para a doente.
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