Opinião
Hummm !!! Isto vai correr mal
Se eu tivesse dinheiro para emprestar, depois de ler o que a bíblia dos negócios diz sobre Portugal, começava a pensar duas vezes.
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O governo vai resolver o buraco orçamental de 2013 estendendo o aumento de impostos ao sector privado, para encontrar os dois mil milhões que obteria com o corte dos subsídios aos servidores do Estado. A solução é péssima. Não, não é porque se vai ao bolso dos privados. É porque não ataca o principal problema da economia (a despesa) de frente.
A esta altura parte dos leitores estarão a perguntar pelos cortes nos salários de políticos, carros, mordomias e PPP. É a conversa habitual de quem não faz contas. Cortar mordomias é uma obrigação moral, mas representa uma pequena parte da despesa. No caso das PPP a tarefa é cada vez mais difícil: renegociar o que foi assinado implica perdas monumentais para a banca… que já está em situação delicada.
Mas vamos imaginar que o governo consegue anular o buraco orçamental de 2013. Falta o resto: como dinamizar a economia e torná-la mais competitiva (como querem Bruxelas, BCE e FMI?).
O que se passou nas últimas semanas (péssima comunicação do governo mais o "golpe de Estado" patrocinado pelo Presidente, que tornaram possível governar a partir da rua) coloca-nos numa situação mais complicada do que parece. Só nós não estamos a perceber. Mas lá fora há quem não esteja tão distraído: veja-se a "Lex Column" do "FT" de ontem ("Portugal - failing to stay the course - country combines some of the worst aspects of Greece and Ireland"), que diz que o Governo recuou com receio das manifestações. Hummm!!! Se eu tivesse dinheiro para emprestar, depois de ler o que a bíblia dos negócios diz sobre Portugal, começava a pensar duas vezes… Por falar nisso, quem é que não vai ter mais dinheiro da Troika e precisa de ir aos mercados?
camilolourenco@gmail.com
A esta altura parte dos leitores estarão a perguntar pelos cortes nos salários de políticos, carros, mordomias e PPP. É a conversa habitual de quem não faz contas. Cortar mordomias é uma obrigação moral, mas representa uma pequena parte da despesa. No caso das PPP a tarefa é cada vez mais difícil: renegociar o que foi assinado implica perdas monumentais para a banca… que já está em situação delicada.
O que se passou nas últimas semanas (péssima comunicação do governo mais o "golpe de Estado" patrocinado pelo Presidente, que tornaram possível governar a partir da rua) coloca-nos numa situação mais complicada do que parece. Só nós não estamos a perceber. Mas lá fora há quem não esteja tão distraído: veja-se a "Lex Column" do "FT" de ontem ("Portugal - failing to stay the course - country combines some of the worst aspects of Greece and Ireland"), que diz que o Governo recuou com receio das manifestações. Hummm!!! Se eu tivesse dinheiro para emprestar, depois de ler o que a bíblia dos negócios diz sobre Portugal, começava a pensar duas vezes… Por falar nisso, quem é que não vai ter mais dinheiro da Troika e precisa de ir aos mercados?
camilolourenco@gmail.com
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