Opinião
Gulliver em Portugal
Portugal poderia ter servido de inspiração a Jonathan Swift para escrever «As Viagens de Gulliver». Em Lilliput também havia divisões internas. Um dos partidos era a favor dos sapatos de salto alto e o outro dos sapatos de salto baixo. Essa era a divisão
Portugal poderia ter servido de inspiração a Jonathan Swift para escrever «As Viagens de Gulliver». Em Lilliput também havia divisões internas. Um dos partidos era a favor dos sapatos de salto alto e o outro dos sapatos de salto baixo. Essa era a divisão interna.
A externa era mais séria: uns defendiam que os ovos deveriam ser quebrados pela ponta mais grossa e outros achavam que deveriam ser partidos pela parte mais fina. O Portugal do PSD e do PS parece este incrível mundo. Inspira-se nele.
Por isso os «ismos» sucedem-se (soarismo, cavaquismo, guterrismo, santanismo e, sabe-se lá, socratismo) e o país continua à espera que lhe saia uma bússola no Euromilhões.
Portugal vive numa jangada sem norte na nossa larga Zona Económica Exclusiva. E está a entontecer porque cada homem do leme faz a casca de noz rodopiar sobre si própria, sem destino definido. Com o país à espera de um nevoeiro que traga a salvação final em forma de pastor.
Talvez não tenha sido Lilliput que copiou Portugal. Foi Swift que, olhando para este rectângulo, descobriu o modelo da terra onde Gulliver caiu por acaso.