Opinião
Geração Prozac
Há algo que não bate certo: segundo foi agora revelado Portugal é um dos países da Europa onde se consomem mais anti-depressivos.
Há algo que não bate certo: segundo foi agora revelado Portugal é um dos países da Europa onde se consomem mais anti-depressivos.
Isso deve ter pouco a ver com a recuperação económica que Durão Barroso vislumbra no horizonte e com as alegres filas de carros que não andam que todos os dias se formam para entrar e sair de Lisboa e do Porto.
Vivemos, é certo, numa civilização em que todos temos de parecer felizes mesmo sem o ser. Em que todos temos de ser famosos, mesmo sem o querer. Em que todos temos de ter sucesso, mesmo que para isso passemos as noites com insónias.
Aparentemente Portugal é um país deprimido e por isso é tratado por médicos e não por políticos. Se fosse por estes, estaríamos apenas melancólicos, como no célebre quadro do pintor renascentista Albrecht Durer, «A Melancolia».
Estaríamos consolados com o que se passa à nossa volta.Mas parece que os políticos não conseguem democratizar o nosso conforto. Sem Prozac, ou um qualquer sucedâneo, os políticos nacionais não conseguem travar a cíclica depressão dos portugueses.
E se não conseguem, para que servem?