Opinião
Felizmente tudo vai bem
Para o Governo e seus parceiros da troika a prioridade do seu programa não é a recuperação da economia e do emprego.
Sexta avaliação da troika ao cumprimento do programa. Pela sexta vez troika e Governo exultam com o sucesso da execução do memorando. É certo que pela sexta vez as perspectivas de crescimento económico, do investimento e do emprego são revistas em baixa, e as do desemprego e do empobrecimento em alta. Mas, felizmente, tudo continua bem.
Bem se pode dizer que vamos de vitória em vitória, até à derrota final. Mas para o Governo e seus parceiros da troika a prioridade do seu programa não é a recuperação da economia e do emprego. As suas prioridades primeiras são a regressão dos direitos do trabalho (a "agilização" do mercado de trabalho nas palavras de Vítor Gaspar), a redução generalizada do nível de vida, a contracção das funções sociais do Estado apenas para os pobrezinhos e excluídos deixando os restantes cidadãos sujeitos à lógica do lucro privado, a privatização ao desbarato de tudo o que é público. Por isso o Governo teima na cegueira e surdez a tudo e a todos.
Podem os chefes de Estado dos países latino-americanos dizer-lhe que este não é o caminho, pois a sua experiência mostra a correcção da ciência económica ao mostrar que a redução rápida e forte do défice público através do aumento da carga fiscal e da redução da despesa pública tem enorme efeito negativo sobre a economia, gera recessão e impede o equilíbrio orçamental sustentável. Ao Governo isso entra por um ouvido e sai pelo outro, porque não é aí que residem as suas preocupações nem os seus objectivos prioritários. Mas são essas as prioridades do País e dos cidadãos.
Esta sexta avaliação comprova que o Governo se mantém fiel à máxima que diz "toda a situação por mais desesperada e sem saída que possa parecer é sempre susceptível de piorar".
Economista e ex-deputado do PCP
Bem se pode dizer que vamos de vitória em vitória, até à derrota final. Mas para o Governo e seus parceiros da troika a prioridade do seu programa não é a recuperação da economia e do emprego. As suas prioridades primeiras são a regressão dos direitos do trabalho (a "agilização" do mercado de trabalho nas palavras de Vítor Gaspar), a redução generalizada do nível de vida, a contracção das funções sociais do Estado apenas para os pobrezinhos e excluídos deixando os restantes cidadãos sujeitos à lógica do lucro privado, a privatização ao desbarato de tudo o que é público. Por isso o Governo teima na cegueira e surdez a tudo e a todos.
Esta sexta avaliação comprova que o Governo se mantém fiel à máxima que diz "toda a situação por mais desesperada e sem saída que possa parecer é sempre susceptível de piorar".
Economista e ex-deputado do PCP
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