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16 de Setembro de 2009 às 12:00

Dom Quixote e o TGV

Dom Quixote, quando partiu em busca de aventuras, confundiu os moinhos com inimigos e investiu contra eles julgando que eram ajudantes da feitiçaria. Séculos depois, sem Sancho Pança, Manuela Ferreira Leite investe contra o TGV com as certezas do fidalgo que cavalgava o Rocinante.

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Dom Quixote, quando partiu em busca de aventuras, confundiu os moinhos com inimigos e investiu contra eles julgando que eram ajudantes da feitiçaria. Séculos depois, sem Sancho Pança, Manuela Ferreira Leite investe contra o TGV com as certezas do fidalgo que cavalgava o Rocinante.

O TGV é o moinho de vento de Manuela. A líder do PSD faz da leitura dos livros de cavalaria a sua política. Se quer ser a versão portuguesa do Dom Quixote, Manuela comete os equívocos daquele e confunde uma manada de ovelhas com um exército inimigo.

Nada que não possa acontecer: um político que, podendo ser contra o TGV, necessita de arranjar argumentos para defender a sua ideia. Porém, considerar o TGV uma obra do demónio é uma coisa. Dizer que ele é o disfarce do lobo espanhol para devorar as ovelhinhas portuguesas é uma obra de ficção. Portugal só faz fronteira com Espanha e, cada vez mais, ela é dos mais importantes parceiros comerciais e sociais do nosso País.

Depois, há acordos que foram firmados (incluindo por Manuela Ferreira Leite) com Espanha por causa do TGV. A ideia que transparece é que a palavra do Estado só é para cumprir quando dá jeito. Pior, ao querer reconduzir a discussão do TGV a uma questão de patriotismo, Manuela Ferreira Leite parece o desengonçado D. Quixote a investir contra os moinhos, alucinada pelos fantasmas espanhóis.

Manuela Ferreira Leite está a abrir a caixa de Pandora do nacionalismo e do populismo. A pior receita que se conhece para curar os males da democracia.
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