Opinião
Crise, quase crise?
A Crise, em Portugal, é uma telenovela. Uma mistura entre “A Ilha dos Amores” e “Chiquititas”. Uma ilusão, ou na tecnológica expressão do Governo, uma realidade virtual. Não há crise. Não há uma crise entre Gordon Brown e Mugabe: ou vem um, ou vem outro.
Este é o Governo para o qual não há crises. Alguém alerta que o combate ao crime mais violento será mais difícil por causa do Código de Processo Penal. Não há crise, porque o Governo escusa, no seu gabinete, de ouvir quem anda nas ruas a tentar prender homicidas. Não há crise do Código dos Jornalistas. Depois de voltar à AR, há uma “ligeira melhoria” . Não há, portanto, crise. Com este Governo criou-se a ideia de que algo se move, quando tudo está como uma estátua: imóvel. Crise? Nada que não se consiga resolver se se colocar Augusto Santos Silva no You Tube a cantar, numa versão de Frank Sinatra, que “Crise is my Lady”. Ou Correia de Campos, no mesmo “site”, cantando em “heavy metal” o bem que quer para o SNS. E que é por ter tanta bondade no seu coração que há mais médicos. Embora eu, pobre mortal, quando vou ao meu Centro de Saúde, só me depare com menos médicos, porque uns se reformaram e outros foram ganhar melhor e trabalhar em melhores condições para o sector privado. Portugal é a “Ilíada” dos tempos modernos nestes tempos de Sócrates. Os deuses sentem-se acima dos esmagados.
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