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Constâncio no BCE: mais independência?

José Manuel Gonzalez-Páramo, membro do comité executivo do BCE, confrontado há dias com o relatório da Standard & Poor"s que alterou de "estável" para "negativo" o Outlook da dívida pública espanhola, comentou: "Não é difícil estar de acordo com ele". Páramo...

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José Manuel Gonzalez-Páramo, membro do comité executivo do BCE, confrontado há dias com o relatório da Standard & Poor's que alterou de "estável" para "negativo" o Outlook da dívida pública espanhola, comentou: "Não é difícil estar de acordo com ele". Páramo, de nacionalidade espanhola, note-se, recordou ainda que o relatório pode ter um efeito positivo: "Estes avisos são escutados com muita atenção pelos governos e contribuem para que tomem as medidas necessárias para restaurar a credibilidade".

Recorde-se que a S&P avisou Espanha que ou toma medidas "enérgicas" a nível orçamental (e laboral) ou a recuperação económica não será "vibrante". O que é que isto tem a ver connosco, perguntará o leitor. Tudo. Porque se Vítor Constâncio ficar com a vice-presidência do BCE espera-se que revele, em relação ao governo (este e vindouros), a independência e distanciamento que não tem agora, enquanto governador do Banco de Portugal.

Ainda na semana passada Constâncio mostrou que sendo um excelente economista (daí ter feito o diagnóstico certo - o de que Portugal precisa de um plano credível para reduzir o défice), não propôs a terapia mais adequada (redução da despesa pública). Gonzalez-Páramo, por exemplo, não teve pejo em secundar o diagnóstico da S&P, segundo o qual o Governo espanhol precisa de fazer mais para reduzir o défice orçamental. É esta a postura que se espera que Constâncio tenha em Frankfurt. Quer o Governo goste quer não. Porque o interesse do país está primeiro que as amizades e a solidariedade partidária.
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