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Como não tratar o desemprego

O INE divulgou estatísticas que mostram o desemprego a um nível historicamente alto: 11,1%.

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No mesmo dia o Secretário de Estado do Emprego veio dizer que o número de inscritos no IEFP atingiu o nível mais baixo desde 2008. Ora aqui está uma péssima forma de lidar com o assunto do desemprego.

Ponto prévio: até é possível que os dados do IEFP representem uma inversão (lenta) da tendência de aumento do desemprego: com a recuperação da actividade económica em 2010, a velocidade do encerramento de empresas e de despedimentos tem vindo a diminuir. O problema é outro: a descredibilização dos dados do IEFP. Em primeiro lugar através da periódica "revisão" que o Instituto costuma fazer dos seus ficheiros, que leva a perguntar sobre as verdadeiras razões eu está por trás dessas "limpezas". Em segundo lugar devido ao aproveitamento que os Governos (este e os anteriores) fazem dos números do IEFP… frequentemente usados para contrariar as más notícias do INE. Quem ontem tiver ouvido Valter Lemos congratular-se com a redução dos desempregados inscritos no IEFP terá ficado a pensar: se é assim porque é que o Instituto (ou o governante) não divulgou os números mais cedo…?

O Governo já devia ter percebido que não vale a pena fazer micromanaging da taxa de desemprego, descredibilizando o IEFP pelo meio. Porque o que interessa é a tendência de médio prazo (como já percebeu Helena André, com um discurso bem diferente do de Valter Lemos) e não discutir se subiu ou desceu uma décima. Mas para isso é preciso tomar as medidas certas para a economia crescer de forma sustentável. Só que isso não dá votos…
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