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Ações A chinesas continuam em queda

No longo prazo, a história de crescimento da China é forte, particularmente devido ao número crescente de consumidores.

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Bolsa de Valores de Xangai tem vindo a perder valor, numa altura em que os esforços desenvolvidos pelo governo chinês com vista a estabilizar os mercados acionistas do país pareceram fracassar. No curto prazo prevemos uma volatilidade contínua na China, uma vez que os mercados permanecem sensíveis e os seus reguladores continuam a pensar qual será a melhor resposta à correção que tem ocorrido nas últimas semanas.

Qual deverá ser o grau de preocupação dos investidores?
As ações A chinesas valorizaram aproximadamente 150% nos 18 meses até meados de junho. Mesmo depois da recente correção, as ações A de Xangai ainda estão este ano a ganhar. A verdadeira preocupação consiste nas regras que os reguladores chineses implementaram durante o mês passado com vista a estabilizar os mercados. Estas incluem a permissão dada às empresas para que suspendam as suas ações voluntariamente e sem que haja uma razão forte. Durante pelo menos um dia do mês passado, quase 90% do mercado de ações A esteve efetivamente interrompido devido a suspensões e ao facto de os títulos terem atingido o limite mínimo (tinham desvalorizado o máximo permitido de 10%). Esta súbita falta de liquidez levou à falta de confiança por parte dos investidores.

As preocupações poderiam ser menores se fosse permitido ao mercado cair para um nível natural, porque aí é provável que entrassem mais investidores estrangeiros e institucionais. Cerca de 25% do "free float" total das ações A é detido por investidores privados e estes representam uma grande percentagem do volume diário de transações. Um maior número de investidores institucionais poderia trazer estabilidade ao mercado uma vez que estes têm horizontes de investimento mais alargados e reagem menos ao fluxo diário de notícias.
É importante registar que a bolha e o seu colapso ocorreram nos mercados de ações A do continente, Xangai e Shenzhen, e que o índice MSCI China, que é um importante índice de referência para os fundos, só inclui ações cotadas em Hong Kong. Embora o mercado de Hong Kong tenha sofrido o impacto, este não foi certamente o mesmo a que assistimos na China continental.

O que é que isto nos diz acerca da economia chinesa?
As ações A chinesas não estão ligadas à economia mais geral. O abrandamento do crescimento na China é positivo para uma economia da sua dimensão e recente crescimento rápido. Recorde-se que até mesmo um crescimento de 6% iria acrescentar mais ao PIB mundial do que quando em 2007 a economia chinesa estava a registar uma taxa de crescimento de 14%. A economia da China mais do que duplicou desde então, por isso um só ponto percentual de crescimento corresponde a uma produção muito maior.

É provável que o consumo sofra algum impacto uma vez que aqueles que perderam dinheiro na bolsa e que estavam muito alavancados serão afetados. É muito difícil quantificar, mas o número de famílias com exposição ao mercado bolsista é relativamente pequeno. Além disso, há provas de que as pessoas estavam a adiar as decisões de investimento na economia real (compra de frigoríficos, automóveis, etc.) para investirem na bolsa - e a situação poderá inverter-se. Por isso, o impacto real não deverá ser significativo, embora o sentimento tenha afetado um pouco os títulos relacionados com os bens de consumo não só na China, mas também nos países para os quais os chineses viajam (Coreia, Japão).

Podemos esperar mais volatilidade?
Absolutamente, especialmente no curto prazo. Neste momento, o mercado está muito sensível a qualquer fluxo de notícias e podemos prever flutuações do sentimento. A época de divulgação de resultados está a começar e isto poderá servir de catalisador para mais volatilidade do mercado.

No longo prazo, contudo, a história de crescimento da China é forte, particularmente devido ao número crescente de consumidores. Uma abordagem à seleção de títulos orientada para o valor num mercado como este pode descobrir inúmeras oportunidades por entre a turbulência. E a equipa de pesquisa da Fidelity que é composta por 50 analistas na Ásia (dos quais 20 cobrem as ações da China) é a mais bem posicionada para aproveitar estas oportunidades em nome dos investidores nos nossos fundos.



Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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