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A TAP precisa de bipresidencialismo?

Tenho de voltar a um dos assuntos do Verão. A saída de Cardoso e Cunha da presidência não executiva da TAP e a manutenção de Fernando Pinto. Tinha de ser um ou outro, segundo as várias notícias que se foram escrevendo sobre o tema.

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Mas porquê? Há empresas com o modelo de bipresidencialismo e cujos problemas entre os dois presidentes nunca aconteceram (ou pelo menos nunca vieram a público)... Na TAP sempre foi problemático na época de Cardoso e Cunha. Fernando Pinto já tinha partilhado esse modelo de gestão com Norberto Pilar, sem que se conhecessem atritos. Muitos outros exemplos poderiam ser dados.

No entanto, há uma dúvida que mantenho. Cardoso e Cunha queria ter mais poder na transportadora do que aquilo que a sua função lhe conferia. Não quererá, também, Fernando Pinto mais funções do que as que lhe estão reservadas?

A questão de fundo aqui prende-se, mesmo, com o bipresidencialismo. Será mesmo que a TAP precisa deste modelo de governação? Sendo certo que o «handling» e também a manutenção serão autonomizadas, com accionistas distintos do transporte aéreo (ainda que o Estado se mantenha em todos). A TAP tem, hoje, três negócios complementares, mas que vivem autonomamente. E também é certo que o transporte aéreo é o principal negócio da TAP. Se a formação da SGPS e por conseguinte de empresas participadas para cada uma das áreas de negócio é, também, justificável, por facilitar a entrada de parceiros em cada uma das áreas, poderá não ser o mote para se mudar o modelo de governação.

Se a questão é de fiscalização e transparência podem ser criados comités específicos para esses fins. Tal como há órgãos de estratégia. Nada me diz que a TAP precisa de bipresidencialismo. Ou será que o apelo a ter mais gestores em empresas públicas é mais forte?

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