1. A "bazuca de Trichet" funcionou
É preciso ir ao 17.º lugar da lista dos tópicos mais frequentes na imprensa das últimas 24 horas para encontrar o primeiro tema não relacionado com a crise financeira que está a afetar as economias de todo o mundo.

Mas o protagonismo está no Banco Central Europeu. Jean-Claude Trichet tinha as respostas previstas desde o fim de semana: mal se percebeu que os mercados iam continuar a tendência negativa, o BCE começou a adquirir "bonds" de Espanha e Itália. Chamam-lhe a "bazuca de Trichet". Ajudou a conter a queda matinal das bolsas e fez com que os juros a cinco anos dos dois países diminuíssem 1%.

Estimativas indicam que o Banco Central poderá comprar até 200.000 milhões de euros de títulos italianos e 60.000 milhões espanhóis para ter impacto nos mercados. O Bundesbank discorda da medida. Mas a verdade é que a barreira de confiança está a funcionar. Durante quanto tempo, isso é outra história.



2. Standard & Poor's
Se dúvidas existissem, a resposta do G7 e do BCE ao rebaixamento da dívida americana pela S&P encarregou-se de as dissipar: as medidas de contenção privilegiam o ponto de vista de quem empresta dinheiro, não contemplando nas decisões os agentes económicos e os cidadãos. As agências de notação financeira assumiram o protagonismo e passaram a influenciar diretamente a política mundial.



3. Bank of America
As consequências da crise do "sub-prime" estão longe de resolvidas. Ontem, as ações do Bank of America tiveram uma desvalorização súbita de 14% quando os mercados souberam que o grupo de seguros AIG vai processar o banco pelas perdas sofridas num "enorme esquema fraudulento" com dívidas hipotecárias. A AIG acusa o BoA, a Countrywide e a Merrill Lynch de prestarem informações distorcidas.



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