Opinião
A próxima década
Este é um livro sobre política internacional, História e geo-estratégia mundial, que pretende projectar acontecimentos e tendências para os próximos dez anos.
Este é um livro sobre política internacional, História e geo-estratégia mundial, que pretende projectar acontecimentos e tendências para os próximos dez anos. Escrito na perspectiva norte-americana, pretende sugerir a estratégia que o presidente deverá seguir para conseguir manter a posição de potência dominante dos Estados Unidos, descrito como o "Império Acidental". Desataca-se a obrigatoriedade de complementar o interesse nacional com os princípios morais, mas sem esquecer o cinismo necessário.
George Friedman, o autor, é fundador da Stratfor tendo o seu anterior livro "Os Próximos 100 Anos" sido um best-seller significativo. Mais do que pelas previsões apresentadas em "A Próxima Década" o livro vale pela contextualização das mesmas. Friedman descreve e relaciona a geografia com a História, ajudando a compreender conflitos, guerras e decisões passadas. Este livro é uma excelente aula de História. A ideia de base de Friedman é que os Estados Unidos são um Império e a sua principal estratégia baseia-se na construção de equilíbrios regionais de poderes, que fazem com que nenhuma nação ou coligação possa pôr em causa a posição dominante dos EUA por estar mais preocupada com os vizinhos mais próximos.
Neste livro são analisadas todas as regiões do globo, o que está em causa para cada uma das principais nações e, claro, para os EUA. Algumas das previsões para os próximos 10 anos são: nacionalismo económico, aliança dos EUA com o Irão, ascensão da Turquia, pressão da Rússia sobre o Báltico, saída dos EUA da Geórgia, China desacelerá e terá tensões sociais, Alemanha pode aproximar-se mais da Rússia e energia solar vinda do espaço está para breve. Percebe-se que Friedman considera a Rússia como a principal ameaça aos EUA, sobretudo se conseguir seduzir os europeus e que considera inevitável que se assista a um grande conflito este século - uma guerra sistémica semelhante às duas guerras mundiais ou à guerra fria.
A maior limitação de "A Próxima Década" reside no facto de ter sido escrito antes da "Primavera Árabe", o que empobrece a leitura sobre essa região do globo. No entanto, tal facto não impede de se considerar este livro como um potencial "mind changer" tal a ajuda que permite na compreensão do mundo. É uma obra absolutamente obrigatória para qualquer pessoa, sobretudo para os gestores de negócios internacionais.
Autor: George Friedman
Editora e Data: Dom Quixote - 2012 (original Doubleday 2011)
Frase: "Os grandes presidentes muitas vezes têm de mentir para servirem um propósito moral superior."
Palavras Chave: "República"; "Império"; "Princípios morais"; "Equilíbrio"; "Argumentos Morais vs Realistas";
Apreciação: ****
*Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
filipegarcia@gmail.com
George Friedman, o autor, é fundador da Stratfor tendo o seu anterior livro "Os Próximos 100 Anos" sido um best-seller significativo. Mais do que pelas previsões apresentadas em "A Próxima Década" o livro vale pela contextualização das mesmas. Friedman descreve e relaciona a geografia com a História, ajudando a compreender conflitos, guerras e decisões passadas. Este livro é uma excelente aula de História. A ideia de base de Friedman é que os Estados Unidos são um Império e a sua principal estratégia baseia-se na construção de equilíbrios regionais de poderes, que fazem com que nenhuma nação ou coligação possa pôr em causa a posição dominante dos EUA por estar mais preocupada com os vizinhos mais próximos.
A maior limitação de "A Próxima Década" reside no facto de ter sido escrito antes da "Primavera Árabe", o que empobrece a leitura sobre essa região do globo. No entanto, tal facto não impede de se considerar este livro como um potencial "mind changer" tal a ajuda que permite na compreensão do mundo. É uma obra absolutamente obrigatória para qualquer pessoa, sobretudo para os gestores de negócios internacionais.
Autor: George Friedman
Editora e Data: Dom Quixote - 2012 (original Doubleday 2011)
Frase: "Os grandes presidentes muitas vezes têm de mentir para servirem um propósito moral superior."
Palavras Chave: "República"; "Império"; "Princípios morais"; "Equilíbrio"; "Argumentos Morais vs Realistas";
Apreciação: ****
*Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
filipegarcia@gmail.com
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