Opinião
A poção mágica
Portugal ainda não é o Inferno da "Divina Comédia", onde Dante deixou uma frase mortal: "Deixai, os que aqui entrais, toda a esperança". Mas a austeridade e o saque fiscal como princípio, meio e fim da resolução dos problemas do Estado, começam a alimentar a possibilidade de criação de uma adenda ao livro do poeta italiano.
Portugal ainda não é o Inferno da "Divina Comédia", onde Dante deixou uma frase mortal: "Deixai, os que aqui entrais, toda a esperança". Mas a austeridade e o saque fiscal como princípio, meio e fim da resolução dos problemas do Estado, começam a alimentar a possibilidade de criação de uma adenda ao livro do poeta italiano.
Passos Coelho descobriu os mesmos "riscos" que Vítor Gaspar, abrindo as janelas para o aroma do dióxido de carbono de mais austeridade. O aumento do IVA, é claro, está a destruir economia muito mais do que a criar receita e, sobretudo, está a aumentar as transacções sem facturas. O desemprego voa hoje à velocidade dos F-16. E trocou as voltas aos excels dos macroeconomistas que acham que a economia real é um jogo parecido aos que nos emocionam nas consolas de videojogos.
Já se falou muito dos desastres do passado e das penúrias do presente mas começa a ser imperioso que alguém nos dê razões para vislumbrarmos algo de positivo. Falta risco, falta visão e falta política a este Governo que tem medo, como os gauleses, que o céu do FMI desabe sobre a sua cabeça. Só que Passos Coelho não tem ar de Astérix nem Vítor Gaspar parece hoje ser um aluno de Panoramix.
Paulo Portas, empenhado em ser o ministro da Economia que Álvaro Santos Pereira se esqueceu de ser, poderia ser o homem da poção mágica que fornecesse força política a este Governo que só quer ser bom aluno. Mas ele tem planos que não passam pelo muro das lamentações nacionais. Há um perigo. O Governo já colocou os portugueses entre a espada e a parede. Mas mais um toque com a ponta da lâmina e a paz social poderá desaparecer.
Passos Coelho descobriu os mesmos "riscos" que Vítor Gaspar, abrindo as janelas para o aroma do dióxido de carbono de mais austeridade. O aumento do IVA, é claro, está a destruir economia muito mais do que a criar receita e, sobretudo, está a aumentar as transacções sem facturas. O desemprego voa hoje à velocidade dos F-16. E trocou as voltas aos excels dos macroeconomistas que acham que a economia real é um jogo parecido aos que nos emocionam nas consolas de videojogos.
Paulo Portas, empenhado em ser o ministro da Economia que Álvaro Santos Pereira se esqueceu de ser, poderia ser o homem da poção mágica que fornecesse força política a este Governo que só quer ser bom aluno. Mas ele tem planos que não passam pelo muro das lamentações nacionais. Há um perigo. O Governo já colocou os portugueses entre a espada e a parede. Mas mais um toque com a ponta da lâmina e a paz social poderá desaparecer.
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