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A nova Lei Seca

A Lei Seca foi a sorte grande de Al Capone. A Lei Seca portuguesa é o nosso azar sorteado pelo Estado. Como é típico neste sítio, não há fartura que não dê em fome. O Estado habituou-se a gastar dinheiro no que não devia. Agora quer...

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A Lei Seca foi a sorte grande de Al Capone. A Lei Seca portuguesa é o nosso azar sorteado pelo Estado. Como é típico neste sítio, não há fartura que não dê em fome. O Estado habituou-se a gastar dinheiro no que não devia. Agora quer poupar no que é essencial. O ridículo deste Governo parece as cataratas do Niagara: é uma queda de água sem fim. A acreditar no que foi noticiado, a água já vale mais do que o euro e ameaça passar a valer tanto como o ouro. Aparentemente, a Direcção-Geral da Administração da Justiça enviou uma carta aos tribunais a proibir que estes renovem os contratos de água refrigerada. O Ministério da Saúde irá entusiasticamente substituir as garrafas de água por jarros de água da torneira. Não falando de água, o ministro Vieira da Silva elucidou-nos que: "poupar luz é um desígnio nacional". A poupança, para o Governo, não passa por pôr os portugueses a pão e água. Quer que comam côdeas. A sua tese é digna de Maria Antonieta: "se não têm pão, que comam brioches". François Mitterrand dizia que a maior qualidade de um político era a indiferença. Essa é a pior qualidade deste Governo: é indiferente à realidade. Porque é que, para poupar a sério, não começa por erradicar os Governos Civis? Mas não, a lógica de poupança é de manga-de-alpaca. Corta-se por se cortar, e não porque isso é lógico e real. Esta política de Lei Seca do Governo é típica de alguém que comeu cogumelos malandros. E que, para combater a sede, prefere beber Coca-Cola do que água. O Estado tem muitas formas de identificar e extinguir os seus gastos supérfluos. Escusa de ser ridículo.
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