Opinião
A insónia de Santana Lopes
Se a política no PSD fosse um ringue, Marcelo Rebelo de Sousa teria derrotado Pedro Santana Lopes por KO técnico.
Teria sido Cassius Clay contra Joe Frazier. O último teria perdido porque, com Rui Gomes da Silva a falar, metade do combate estava decidido. Este, que procurava usar uma barra de sabão para lavar a imagem do Governo acabou a escorregar nela e cair. Ficamos com pena.
Há, claro, um problema em tudo isto: a noção de patrulha ideológica, típica do estalinismo, voltou. Como se o Governo não percebesse que a informação positiva não funciona pelo silenciamento da negativa mas sim pela capacidade de tornar as suas actividades credíveis. Ou aparentemente reais.
Como estratégia política, o ataque a Rebelo de Sousa foi um desastre: este surge como vítima de Santana Lopes. Como Fado não poderia haver melhor argumento para o primeiro. Como tema de «heavy-metal» não poderia existir melhor insónia para o segundo.
Rebelo de Sousa, vítima, é uma reserva da República. Isto é: um candidato a Belém. Inclusivamente aplaudido pela esquerda, como o homem que pode pôr o pé no travão do carro de Santana Lopes. Já agora: está alguém a trabalhar na célebre central de comunicação do Governo?