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15 de Fevereiro de 2012 às 23:30

A inovação e a competitividade (III)

A título ilustrativo, a Finlândia traduz um excelente exemplo da definição e implementação de uma estratégia global para enfrentar e ultrapassar a profunda crise em que esteve mergulhada.

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Ao início da tarde seguinte, são abertos a todos os leitores.As crises aportam um sentimento de urgência para quebrar barreiras, focalizar e mobilizar recursos e competências. Neste sentido, estas também constituem janelas de oportunidade para se desenvolver e partilhar amplamente uma cultura de inovação, transversal aos sectores e de âmbito nacional.

A preocupação central deverá ser como devemos responder à crise utilizando a inovação e o empreendedorismo, por forma a criar riqueza, promover o crescimento, e alcançar patamares sustentáveis de desenvolvimento.

As organizações que respondam de uma forma mais rápida, adaptativa e resiliente, conseguem criar vantagens competitivas, mesmo em ambientes adversos de rápida mutação e turbulência.

Os desafios que se apresentam são de índole estratégica e estrutural e exigem o recurso à inovação, enquadrada numa estratégia global, amplamente partilhada pelos principais intervenientes do tecido sócio-económico (empresas, organismos públicos, associações empresariais, universidades e centros de investigação).

A título ilustrativo, a Finlândia traduz um excelente exemplo da definição e implementação de uma estratégia global para enfrentar e ultrapassar a profunda crise em que esteve mergulhada.

Esta crise traduziu a pior recessão no período do pós guerra alguma vez experimentada por uma democracia ocidental entre 1990 e 1993.

O colapso da URSS, que era o maior parceiro de negócios da Finlândia, teve um papel central no despoletar da face visível da crise.

A face oculta era o modelo económico baseado na indústria pesada, a ausência de uma cultura de inovação, os processos pouco sofisticados e os modelos de negócio lineares e pouco interactivos, o que implicava falta de capacidade para dar resposta aos desafios emergentes da globalização.

Para complicar, a desregulação dos mercados financeiros fizeram subir a taxa de juros, enfraquecendo ainda mais o ambiente de negócios. Por exemplo, uma parte significativa dos hotéis de topo em Helsínquia foram obrigados a encerrar em virtude de uma queda drástica da procura.

A resposta à crise fez parte de um desígnio nacional associado a uma visão partilhada suportada por uma estratégia de desenvolvimento de âmbito nacional.

Pelo que, os respectivos "insights" podem servir como quadro mental de referência para reflexão e discussão, obviamente com as devidas adaptações a outra realidade temporal e geogáfica, às nossas competências críticas e à nossa especificidade cultural e sócio-económica.

A referida estratégia assentou fundamentalmente em 7 (sete) pilares que constituíram um modelo integrado de desenvolvimento:

– Criação do Science and Technology Policy Council (STPC) liderado pelo primeiro-ministro.

– Estabelecimento de uma visão partilhada das transformações necessárias a serem implementadas.

– Forte aposta na inovação tecnológica.

– Reforço do crescimento do Cluster das Telecomunicações

– Transição para uma economia baseada no conhecimento, com enfoque na eficiência dos recursos alocados quer à educação quer à formação "on job".

– Partilha do conhecimento e competências entre os sectores público e privado com vista ao desenvolvimento de projectos inovadores integrados nas grandes linhas de orientação da estratégia global.

– Exploração de ideias resultantes da identificação de megatendências globais a nível cientifico, tecnológico e sócio-económico.

Consultor de empresas/professor universitário.
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