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15 de Fevereiro de 2010 às 12:00

A comissão liquidatária

O sr. José Eduardo Bettencourt, se fosse ao "Ídolos", não iria cantar "Homens Temporariamente Sós" dos GNR. Faria furor com uma nova versão: "Homem completamente só". É esta a triste realidade do sr. Bettencourt. Ainda pensa que é o presidente do...

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O sr. José Eduardo Bettencourt, se fosse ao "Ídolos", não iria cantar "Homens Temporariamente Sós" dos GNR. Faria furor com uma nova versão: "Homem completamente só". É esta a triste realidade do sr. Bettencourt. Ainda pensa que é o presidente do Sporting, embora algumas vezes não se comporte como tal. O seu estágio brasileiro, quando a sua equipa de futebol passava por uma das maiores crises de sempre, mostra que há líderes que não o sabem ser. São como certos capitães de barcos: quando uma onda bate no convés, escondem-se na arrecadação. O sr. Bettencourt finge que guia uma caravela sem sentido de direcção.

Mas a culpa, neste caso, não é dos árbitros, nem do sistema, nem do sr. Pinto da Costa, nem do sr. Luís Filipe Vieira. É simplesmente sua. Desde o início que a direcção do sr. Bettencourt tem sido a de uma comissão liquidatária. A sua estratégia para o futebol tem sido um conjunto de tiros nos pés. Nunca seria contratado para fazer de pistoleiro num "western" de Hollywood.

A decapitação de uma fraca direcção do futebol (o sr. Pedro Barbosa e o sr. Paulo Bento) foi colmatada por um erro maior (o sr. Sá Pinto e o sr. Carvalhal). Um demonstrou que tem uma visão relativa da gestão de uma equipa de futebol, o outro sabe que é um treinador a recibo verde. Não passará do período experimental, que terminará no final da época. Mesmo que o sr. Bettencourt tivesse decidido afastar o sr. Barbosa e o sr. Bento para tentar a velha tese da "chicotada psicológica", deveria ter percebido que a época tinha terminado. E que o que era fundamental, num clube que gosta de dizer que inaugurou uma forma de gestão profissional para o futebol, era preparar, com tempo, a próxima temporada. E não apostar em soluções pontuais e em contratações desgarradas, que apenas serviram para torrar dinheiro que seria útil numa estratégia de futuro.

Depois o sr. Bettencourt tornou-se o mestre dos ziguezagues. A relação com a Academia (vista em tempos como o pote de ouro do Sporting) nunca foi tão ambígua. Já não se sabe se ela é para fornecer o sangue novo passível de ser rentabilizado, no quadro de um conjunto com mais experiência, se é para ser a espinha dorsal da equipa. E, depois, há uma clara crise de liderança, que começa no sr. Bettencourt e acaba naquele que parece ser o jogador menos talhado para ser o líder em campo, o sr. João Moutinho. Sem um presidente forte, sem um director de futebol que exista, sem um treinador que imponha directivas claras e sem um verdadeiro capitão em campo, para que é que o Sporting quer ser uma SAD?
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