Opinião
A actualidade da economia de catástrofes
Ultimamente tem-se verificado uma série de catástrofes que têm provocado perdas de vidas e grandes prejuízos económicos.
Algumas destas foram catástrofes naturais, como o maremoto de Dezembro de 2004, o furacão de Nova Orleães, o sismo de Caxemira e países vizinhos e os fogos que fustigaram o nosso país nos últimos meses.
Outras catástrofes foram provocadas pelo homem, tais como o 11 de Setembro, em Nova Iorque, e o 11 de Março, em Madrid, as bombas no metropolitano de Londres e a guerra do Iraque.
As perdas mais lamentáveis são as vidas perdidas e os feridos, o que se tem traduzido em sofrimento humano.
Trata-se uma temática que tem muitas vertentes. Uma delas é a economia das catástrofes, que é uma disciplina da Ciência Económica que recentemente tem tido um grande desenvolvimento.
Os prejuízos económicos das catástrofes naturais têm crescido a taxas elevadas e as perdas do sector segurador têm aumentado a um ritmo ainda maior.
O risco tornou-se mais complexo e, inevitavelmente, também a gestão do risco tem vindo a exigir uma maior sofisticação e domínio de conhecimentos integrados de várias disciplinas.
Cremos que os agentes económicos e as instituições, embora lentamente, se têm vindo a aperceber desta realidade, pelo menos em certos meios.
De 1 a 4 de Novembro vai realizar-se em Lisboa uma Conferência Internacional comemorativa dos 250 anos do terramoto de 1755, vindo a Portugal especialistas de diferentes domínios.
É desejável que este tipo de eventos não sirva apenas para assinalar uma data triste para o País, mas que permita também sensibilizar as instituições e público em geral para a necessidade de se desenvolver uma cultura de segurança, apostando-se em políticas de prevenção, a todos os níveis, diminuindo o risco.
As empresas, a Administração Pública e as Autarquias têm toda a conveniência em definirem estratégias de gestão de risco, o que não é uma tarefa de modo nenhum fácil.
Os meios de comunicação social têm divulgado algumas acções de formação, de deferente orientação, relacionadas com segurança, combate a fogos, catástrofes, que geralmente são muito específicas e direccionadas para um determinado grupo socio-profissional.
Uma destas acções, que tem um âmbito relativamente ambicioso, vai ser levada a cabo pelo Instituto Superior de Gestão, que vai realizar uma pós-graduação sobre gestão de catástrofes, que abarca quatro categorias de temas, pelo que poderá interessar a diferentes tipos de participantes.
Trata da economia das catástrofes naturais, dos impactes económicos e ambientais, impactes sociais e políticos e das catástrofes provocadas pelo homem, tais como guerras, terrorismo e crime organizado.
Tal organização mostra a interdisciplinaridade da temática da gestão de catástrofes, o que exige a colaboração entre especialistas de diversos domínios.
A realização deste tipo de acções formativas por diversas instituições de ensino superior poderá ser um contributo válido para a formação de técnicos que contribuam para uma gestão de risco mais realista e eficiente no sector privado e público.