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24 de Novembro de 2016 às 00:01

Os carris metropolitanos

Transferir a Carris, só a Carris, para a responsabilidade do município é um passo que, como digo, defendi ao longo dos anos e voltei a defender durante o anterior Governo.

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1. Defendo, desde antes das eleições autárquicas de dezembro de 2001, a passagem das empresas de transporte público para a órbita municipal ou intermunicipal. Defendo também desde essa data o nascimento de uma autoridade metropolitana de transportes. Relembro que na região de Madrid essa autoridade foi criada em 1986 e levou a que se tivesse invertido a relação nos rácios de utilização de transportes privados e transportes públicos. Em Portugal, apesar de várias tentativas na primeira década deste século, nenhum Governo conseguiu concretizar essa medida óbvia. Transferir a Carris, só a Carris, para a responsabilidade do município é um passo que, como digo, defendi ao longo dos anos e voltei a defender durante o anterior Governo. Mas é só um passo de uma caminhada que tem de desembocar no trabalho, na cooperação intermunicipal. Transferir a Carris sem o Metro já é complicado para Lisboa. Mas Carris, Metro, transportes públicos, todos eles, são parte relevante do sistema de mobilidade de Lisboa e da região em que se insere. Pensar em ter sucesso na gestão desse sistema de mobilidade em Lisboa e, nomeadamente, nos transportes públicos sem essa lógica intermunicipal não faz qualquer sentido. Quero, pois, acreditar que se tratou mesmo de um primeiro passo, sem querer entrar em valorações ou análises que não me cabem efetuar.

 

Faço lembrar que esteve recentemente em cima da mesa, nomeadamente da parte dos setores políticos da atual maioria parlamentar, a possibilidade de uma proposta no sentido de passar a ser eleito por sufrágio universal e direto o presidente das Juntas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Quem defende essa solução ainda mais sensível deverá ser a esta via funcionalista de se ir construindo esta realidade setor por setor. Como todos reconhecem, se há domínio onde essa lógica colaborativa, participativa e partilhada faz sentido, é exatamente na área dos transportes.

 

2. A partir de agora, uma vez por mês, procuraremos fazer referência a uma start-up ou a um projeto inovador que mereça destaque na sociedade portuguesa. Começamos hoje com um projeto na área do calçado, chamado Freakloset, 100% nacional e que se apresentou na recente Web Summit. O conceito desta marca é reinventar os modelos mais clássicos, icónicos e intemporais de calçado, mas ao gosto de cada um, através da escolha personalizada de novas cores e de novos materiais. A Freakloset procura, assim, conceber e desenhar combinações desses vários modelos, em que as pessoas podem escolher as cores de pele, de tecido, de sola, de atacadores e de aplicações. Têm mais de 10 cores para essas componentes. Tudo isto pode ser feito em poucos minutos através de software 3D, proporcionando ao cliente milhares de combinações. Esta abordagem permite adaptar os modelos mais clássicos e tradicionais às novas tendências da moda, evitando-se que os sapatos estejam dependentes dos curtíssimos ciclos da moda.

 

Este exemplo que aqui referimos vem comprovar que o setor do calçado é daqueles que em Portugal mais capacidade demonstrou para enfrentar os desafios da liberalização dos mercados e da concorrência das economias emergentes.

 

Advogado

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico 

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