Opinião
Falar bem inglês
A vinda de estudantes estrangeiros é não só uma fonte de receitas para as universidades, mas também as ajuda a ganharem maior reputação pelo facto de serem mais internacionais.
De acordo com o relatório de 2019 da EF Education First, que apresenta o índice de proficiência na língua inglesa de 100 países, Portugal está em 12.º lugar, atrás apenas de países do Norte e Centro da Europa, da Singapura e da África do Sul, sendo que no ano anterior Portugal estava em 19.º lugar. Esta evolução é muito positiva para o nosso país, podendo retirar-se várias ilações que podem ser interessantes para apoiar o posicionamento de Portugal no mundo.
Primeiro, como polo de atração de empresas e de negócios. Se os portugueses falam bem inglês, e também conseguem (pelo menos) "desenrascar-se" no espanhol (com rápido potencial de melhoria após alguma formação), para além de obviamente falarem português, conseguem cobrir as línguas de uma parte relevante de países. Entre várias abordagens, uma delas pode ser a de funcionar como "ponte" entre países europeus e a América Latina e parte de África.
Segundo, e interligado com o anterior, como fator de atração de trabalhadores qualificados para o nosso país. A importância de falar inglês não é só relevante para a comunicação dentro das empresas onde esses estrangeiros poderão trabalhar, mas também para a vivência no dia a dia pessoal do próprio e da sua família (nos casos onde se aplique), seja para terem maior leque de escolha de pessoas com quem se relacionarem socialmente, seja nas tarefas de cariz mais "logístico" (como ir às compras ou tratar de pequenos assuntos da casa).
Terceiro, como fator de atração de docentes e de estudantes universitários. A vinda de estudantes estrangeiros é não só uma fonte de receitas para as universidades, mas também as ajuda a ganharem maior reputação pelo facto de serem mais internacionais.
Finalmente, e no caso eventualmente mais óbvio, pela atração de turistas. Dos destinos mais turísticos, Portugal destaca-se bem acima dos países europeus mediterrânicos, e muito acima dos países norte-africanos e asiáticos de perfil mais turístico. Esta vantagem é muito positiva não só para o turismo "tradicional", mas também para o "residencial", atraindo compradores de uma segunda residência ou de uma nova residência principal, passando parte ou a totalidade do ano no nosso país.
A melhoria da fluência na língua inglesa é algo que Portugal tem de continuar a apostar, e se possível acrescentar a língua espanhola, pois, como vimos, pode ser muito benéfico para o país.
Gestor e Docente Universitário