Com vasta experiência internacional, teve cargos muito relevantes em áreas tecnológicas e de sistemas de informação no Grupo Vodafone, além da área financeira e comercial.

Alguns estranharam a escolha, preferindo alguém mais mediático e com carreira mais prolongada em Portugal, onde tivesse desenvolvido uma forte rede de contactos e exposição mediática para mais facilmente conseguir atrair empresas para a bolsa nacional. Contudo, a dura realidade é que o número de empresas cotadas tem vindo a diminuir e dificilmente irá aumentar.

Mas se esta é a dura realidade, temos de lhe "dar a volta" e ver o que se pode aproveitar. Basta olhar para o Grupo Euronext e perceber que não é apenas dona de "simples bolsas" onde se cruzam compradores e vendedores, mas tem vários produtos e serviços baseados em tecnologia avançada. Então, se não temos muitas empresas para cotar em bolsa, deveremos procurar aproveitar tudo o que podermos dentro do Grupo Euronext.

Neste contexto, a escolha de Rodrigues da Silva é excelente, pois poderá alavancar Portugal como um polo de desenvolvimento de novos projetos que criem mais empregos qualificados no nosso país, além do já garantido centro de tecnologias de informação da Euronext no Porto. Em vez de "chorarmos perante a dura realidade", deveremos ter a resiliência de ultrapassar obstáculos e pensar sempre no lado positivo das situações.

Termino discordando de quem pensa que se deveria ter escolhido alguém mais mediático, pois acredito que, embora discreto, a elevada competência e curriculum também nas áreas financeira e comercial de Rodrigues da Silva lhe irão permitir atrair empresas para a nossa bolsa.

Boa sorte, Paulo!

Gestor e docente convidado do ISCTE-IUL

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico