Opinião
O condicionamento ideológico
Proibir ideias e buscar unanimismos com os dogmas e limpezas ideológicas do politicamente correto nunca deu resultado, apenas deu força aos “adversários”. Iremos sempre ter tolos a defender racismos, sexismos, comunismos ou fascismos; é melhor combatê-los à luz do dia do que na clandestinidade.
A FRASE...
"O MEL convida e dá palco a ideais neofascistas, em mais uma tentativa de normalização do Chega."
Miguel Guedes, esquerda.net, 3 de maio de 2021
A ANÁLISE...
Detestaria viver num tempo em que na Assembleia da República não existisse um deputado comunista. É sempre bom ter alguém a defender o comunismo como a salvação. Foi uma utopia que matou milhões de seres humanos sob a ditadura de Estaline e Mao; mais do que Hitler que, para os europeus, talvez por questões geográficas, continua a ser o expoente máximo da crueldade. Salazar censurou ideologias e enviou a PIDE atrás dos comunistas. Conseguiu alguma coisa? Erradicou o comunismo em Portugal? Não.
Proibir ideias e buscar unanimismos com os dogmas e limpezas ideológicas do politicamente correto nunca deu resultado, apenas deu força aos "adversários". Iremos sempre ter tolos a defender racismos, sexismos, comunismos ou fascismos; é melhor combatê-los à luz do dia do que na clandestinidade. Ninguém terá medo de ser derrotado nestes temas. Esconder ou afastar é sempre pior. E os antiqualquer coisa normalmente são os grandes manipuladores. O anticomunismo foi usado por Hitler para tomar o poder, o antifascismo por Estaline para purgas de milhões, e no PREC para condicionar o poder. O antirracismo está a ser utilizado para a luta política enquanto serve para o encobrimento da terrível situação económica portuguesa no ranking dos mais pobres europeus.
Todos os países tiveram crises e covid, mas Portugal é o país cada vez mais pobre de entre os europeus, mendicante em Bruxelas, mas desperto para o suposto racismo em Portugal, como se isso fosse um tema prioritário para quem ganha menos do que os eslovacos. Embora condenáveis e perigosos, o racismo, o comunismo ou o fascismo não representam nenhuma ameaça em Portugal no atual sistema político constitucional. As grandes ameaças hoje em Portugal são a intolerância democrática, a polarização dogmática, a manipulação mediática e a pobreza dramática de muitos portugueses.
Quem trabalha ou quer ascender na escala social é penalizado fiscalmente, a justiça é lenta, e por vezes incompreensível, a meritocracia não é reconhecida e criar negócios e emprego é para loucos, futuros malandros da iniciativa privada. E como pobres não temos dinheiro para a cultura, serviços públicos em condições e para o combate à exclusão social, distribuindo miséria dos menos pobres para os mais pobres. Uma pobreza igualitária socialista…
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
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