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30 de Janeiro de 2017 às 20:10

Uniões... de facto!

A soberania monetária é um exercício de poder político forte. Na Zona Euro, a divisão e a fragmentação políticas impedem o exercício da soberania monetária!

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A FRASE...

 

"António Costa defendeu a importância de 'transformar uma união monetária incompleta numa zona monetária óptima'. É que 'defender o euro é defender a Europa', sustentou."

 

Rui Peres Jorge, Jornal de Negócios, 24 de Janeiro de 2017

 

A ANÁLISE...

 

A moeda é central para as economias contemporâneas: facilita os pagamentos e suporta a intermediação financeira. Sem moeda, o investimento produtivo e o desenvolvimento empresarial estariam sujeitos a fortes restrições, impedindo a plena realização das trocas e das associadas melhorias de bem-estar. Não há sociedades que se afirmem sem moeda!

 

Para realizar o bem comum, para que as transações possam ser realizadas numa base de confiança, a moeda necessita de ter valor estável. Abundam exemplos na História, em que a violação desta caraterística mergulha as economias em crises sistémicas, destruidoras de emprego e capacidade produtiva. A gestão da moeda é, por isso, fundamental para a estabilidade e o crescimento económico!

 

Predominantemente, a moeda é emitida pelos bancos comerciais, através da concessão de crédito. Mas, a quantidade global é regulada pelos bancos centrais, que zelam diligentemente o seu valor, para que as funções de pagamento e intermediação financeira sejam concordantes com os objetivos económicos escolhidos. Os bancos centrais independentes são destituídos de soberania, com o espaço de manobra reduzido a uma meta para a inflação.

 

A regulação da moeda em circulação representa a vontade de um "soberano", que detém o poder de decidir a emissão de moeda e a distribuição do seu valor pela sociedade. A soberania monetária é um exercício de poder político forte. Na Zona Euro, a divisão e a fragmentação políticas impedem o exercício da soberania monetária!

 

Na prática, estamos remetidos a um problema de economia regional, em que a realização do interesse dos países periféricos necessita do acordo dos demais. Tal como aquando do escudo, os interesses regionais da Madeira eram acautelados pelo Orçamento do Estado e não pelo Banco de Portugal. Posto isto, para alcançar a desejada coesão, a união bancária vai exigir mais união política. Estamos preparados? Está a Europa interessada?

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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