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JT3IS – Incentivo ao emprego jovem

No início da década de 80, em resposta à crise económica de 1982, o Prof. Veiga Simão, ministro da Indústria, lançou um programa de incentivo ao emprego de jovens quadros licenciados intitulado "JTI – Jovens Técnicos para a Indústria".

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Este programa, que consistia no apoio às empresas no recrutamento de jovens licenciados em engenharia e gestão, permitiu o reforço técnico da capacidade empresarial nacional, essencial para que as empresas portuguesas pudessem aproveitar melhor as potencialidades que se abriram com a adesão de Portugal à União europeia.

O próprio sucesso do PEDIP, Programa Europeu para o Desenvolvimento da Indústria Portuguesa, que iniciamos e que foi aprovado já na vigência do novo ministro, Eng.º Mira Amaral muito se deveu à capacidade técnica que as empresas portuguesas já detinham.

A época de crescimento que se seguiu a partir de 1986 tornou desnecessária a continuação do Programa JTI, tendo-se assistido, inclusivamente, a uma carência de quadros técnicos licenciados para suportar o crescimento da economia portuguesa.

No momento presente, em que a taxa de desemprego de jovens licenciados atingiu valores inaceitáveis, justifica-se a criação de um programa semelhante, de incentivo ao emprego, com as adaptações necessárias, face à evolução tecnológica e de enquadramento da actividade produtiva mundial.

Revisitando a proposta de Reindustrialização do País, do actual ministro da Economia, considero ajustado um Programa JT3Is, ou seja, de "Jovens Técnicos para a Indústria, Inovação e Internacionalização".

Este programa permitiria o reforço da capacidade técnica das empresas industriais e de serviços (industry) de bens transaccionáveis, numa óptica de mercados globais e suportada nos novos factores de competitividade, ou seja, na inovação.

Teriam acesso a este programa jovens licenciados das áreas científica, tecnológica (engenheiros) e das ciências de gestão, cujo recrutamento por um período de 2 anos, (1 ano de enquadramento + 1 ano de aplicação efectiva das ferramentas teóricas apreendidas) pelas empresas portuguesas seria apoiado por fundos públicos provenientes do Quadro Comunitário de Apoio Europeu.

O Programa iniciar-se-ia com um período de formação intensiva, de 3 meses, em Universidades de Referência, (O Técnico e o ISCTE são candidatos naturais) nas áreas das Operações, Processos e Logística; Gestão da Inovação e da Tecnologia; Estratégia e Processos de Internacionalização; após o que os jovens quadros seriam colocados nas empresas que se candidatassem ao programa com o compromisso de desenvolverem projectos inovadores para os mercados internacionais.

Se este programa for um sucesso, nos períodos subsequentes, estas empresas terão necessidade de admitir mais quadros superiores e médios, iniciando-se, assim, com as prioridades correctas, a reversão da actual situação de desemprego no país.

Aguardo, com tranquilidade, todas as críticas a esta proposta.

*Professor Associado Convidado do ISCTE

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