Opinião
Extremistão e centrão
O partido mais votado nas eleições europeias deverá ser o Partido Abstenção. Não sabemos se é de esquerda ou direita, conservador ou liberal, socialista ou social-democrata. É exterior ao sistema.
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A FRASE...
…"O reforço dos extremos na Europa tem a ver com um certo desencanto da política."
Paulo Rangel, Cabeça de Lista da Coligação PSD/CDS, Negócios, 20 de Maio de 2014
A ANÁLISE...
Entre votar no Extremistão esquerdista das causas do surf, das frases gastas de Abril, e no Centrão/Estadão da utilidade política, que quer apenas o consenso dependendo se se é Governo ou não, há uma arma poderosa política: o da racionalidade democrática da abstenção contra a militância das ideias ocas, mas interesseiras.
Do voto útil passamos para a política útil que finge que resolve. É uma sopa da pedra ideológica que dá jeito para a conquista do poder. Não há hierarquia de valores políticos. E quando estes se afirmam, os partidos no poder abanam com as pressões dos rentistas (sindicatos, corporações e empresas). Tudo defendido em nome do interesse público!
Com as políticas úteis do Centrão/Estadão, que quer navegar à vista das sondagens e dos media, e omite convicções, acumularemos duas décadas de letargia. Uma condenação geracional com responsáveis: as vozes do costume que pululam nos comícios a apelar ao voto.
O tempo da abstenção, da apatia democrática, é um consenso sobre a política. Esta não serve. Faz-se política para defesa da camaradagem partidária a todo o custo, e dos interesses instalados. Estes vivem da concentração de poder no Estado, e na sociedade. O partido e os interesses agradecem, e o País amocha. Até quando?
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com