E, contudo, alguns podem vir a enfrentar, muito em breve, como seu fatal concorrente um e-tailpreneur. Sem que se apercebam do fenómeno. Sem que se defendam atempadamente. Sem se organizarem para aprender a competir.

O e-tail é a abreviatura de retalho eletrónico ("electronic retail") a atividade de venda a retalho através da internet. O fenómeno também é conhecido por B2C ("business to consumers") ou venda da empresa diretamente ao consumidor.

Um e-tailpreneur é, então, simplesmente um empreendedor que lança um novo negócio de retalho eletrónico.

Muitas universidades estrangeiras têm já cursos e cadeiras específicas para quem pretenda seguir uma carreira numa das múltiplas profissões do retalho eletrónico. Portugal ainda está a dar os primeiros passos nesta área ao nível universitário. E em termos de formação ao longo da vida dirigida a adultos as ofertas são ainda mais limitadas.

Naturalmente sem profissionais capazes e solidamente formados em quem se apoiar os e-tailpreneures portugueses terão muita dificuldade em vencer no mercado global que é o ciberespaço. É a carolice contra o profissionalismo. O aprendiz contra o mestre.

Apesar de tudo, alguns e-tails portugueses online têm conseguido manter-se no mercado. Sem dúvida de que a Wook concorre com a Amazon na venda de livros online e outros exemplos existem. Mas é um movimento ainda muito insipiente, que urge alargar, massificar e internacionalizar.

Temos beneficiado da falta de atenção dos gigantes internacionais ao nosso mercado por ser muito pequeno e por funcionar numa língua própria. Se não aproveitarmos este tempo para lançar e consolidar uma estratégia estruturada para este setor, que comece pela educação/formação e passe por planos de investimento, em breve ele será dominado pelas multinacionais estrangeiras.

Neste como em muitos outros setores, o tempo é escasso e não deve ser desperdiçado em discussões estéreis.

Economista

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico