Opinião
Inválidos do Comércio: uma instituição de portas abertas
O sucesso de Inválidos do Comércio depende de uma gestão rigorosa da atividade diária e do seu extenso património em terrenos, casas de habitação e comerciais, resultado de centenas de doações de beneméritos da Instituição.
A Associação Inválidos do Comércio fez 90 anos no passado dia 10 de abril. Fundada em 1929 por um grupo de homens ligados à atividade comercial é, hoje em dia, uma instituição aberta a todas as profissões e uma das IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) de maior expressão a nível nacional. Os seus associados, que ascendem aos 9.020, encontram-se espalhados um pouco por todo o país.
Inválidos do Comércio funciona em regime aberto, residencial, desenvolvendo o essencial da sua atividade na Casa de Repouso Alexandre Ferreira, em Lisboa (Lumiar), uma quinta adquirida em 1935, com uma área de 70 mil metros quadrados, com matas e jardins, um espaço muito agradável.
Conta atualmente com 320 utentes idosos, distribuídos por diversos setores. Tem ao dispor cerca de 150 quartos individuais e duplos. Se inicialmente a sua vocação fundamental era o apoio à terceira idade, desde 2012 conta com uma creche com capacidade para 79 crianças, das quais 17 bebés.
O quadro de pessoal de Inválidos do Comércio, que tem vindo a aumentar, é de cerca de 300 trabalhadores. A aposta na formação aumentou, com a realização de diversos cursos, com o objetivo de aprimorar a qualidade técnica e a envolvência humana.
Ao longo dos anos, temos melhorado continuamente as condições para um bom serviço aos nossos utentes. A Associação tem quatro refeitórios e diversos serviços como cabeleireira, lavandaria, que trata cerca de 1.400 quilos de roupa por dia, engomadoria, costura, fisioterapia, apoio médico, com consultas realizadas por quatro médicos, três quartos para as necessidades de internamento, diversos veículos, nomeadamente um moderno veículo de transporte de doentes.
Inválidos do Comércio dinamiza atividades de lazer, lúdicas e culturais, festas que envolvem os residentes, desenvolvendo as suas capacidades físicas e cognitivas, valorizando o seu saber. Dispõe ainda de uma biblioteca com milhares de livros.
O sucesso de Inválidos do Comércio depende de uma gestão rigorosa da atividade diária e do seu extenso património em terrenos, casas de habitação e comerciais, resultado de centenas de doações de beneméritos da Instituição. A sua correta rentabilização tem sido essencial para a sustentabilidade da Associação e para a melhoria das condições das instalações e dos trabalhadores, essencial para uma resposta social eficaz às necessidades dos utentes.
As mais-valias alcançadas são reinvestidas no bem dos utentes e na elevação da qualidade da Associação, aos diversos níveis. Esta é a visão que temos de Inválidos do Comércio, associação de solidariedade social e entidade da economia social.
Daí que neste último ano tenham tido lugar investimentos importantes na melhoria dos equipamentos, do edifício e da formação profissional, bem como no incremento das atividades de valorização das capacidades dos utentes.
O grande projeto, porém, será a remodelação da ala António Augusto de Sousa, Bar e Ala Joaquina Costa Dias Ferreira, conhecida como a 5.ª fase e que permitirá a criação de mais quartos e de um novo auditório. Um investimento da ordem dos cinco milhões de euros que esperamos começar ainda em 2019 e para o qual contamos com o entusiasmo dos trabalhadores, dos utentes e dos associados.
Anuário Ibero-Americano da Economia Social
Foi recentemente publicado o n.º 3 do "Anuário Iberoamericano de la Economía Social", uma edição do OIBESCOOP e do CIRIEC-Espanha. Este novo Anuário apresenta uma reflexão sobre a situação da economia social em diversos países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Honduras, México, Peru, Portugal e Porto Rico), com um enfoque especial no conceito, nas políticas públicas e no quadro legal.
O texto sobre a economia social em Portugal é da autoria de José Alberto Pitacas e Jorge de Sá.
A edição completa do Anuário pode ser acedida através do Portal do OIBESCOOP: www.oibescoop.org/.
"Blockchain" e a economia social
O Comité Económico e Social Europeu (CESE) aprovou, na sessão plenária do passado dia 17 de julho, o parecer INT/880 "Tecnologia de cadeia de blocos (‘blockchain’) e de livro-razão distribuído como infraestrutura ideal para a economia social".
No parecer, o CESE considera que "as aplicações operacionais das tecnologias de cadeia de blocos podem melhorar substancialmente o desempenho das organizações da economia social, com benefício para estas organizações, para os respetivos membros e, sobretudo, para os utilizadores finais." O parecer está disponível no sítio do CESE: www.eesc.europa.eu/pt/.
Presidente da Direção dos Inválidos do Comércio