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Google, Apple e Amazon estão numa batalha pelas nossas casas

Chego a casa, e o meu Apple watch é reconhecido pela porta que abre automaticamente. As luzes adaptam-se à hora do dia e o forno acende-se automaticamente para preparar o jantar. A música começa a tocar, mas não me apetece ouvir rock e peço à Alexa que mude para reggae.

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Futuro? Não, presente. Nada que não possa fazer com uma combinação de nomes como iwatch, hue lamps, august lock, amazon echo, etc.  E não pense que são ainda curiosidades. Vários destes produtos já não são protótipos e realmente melhoram a qualidade de vida das pessoas (o iwatch é o produto que me parece mais inútil de momento).

 

O que designamos por "internet of things" é uma realidade e a Google, a Apple e a Amazon estão numa batalha pelas nossas casas. A outra grande batalha é pelo sector de saúde.  Todos estes aparelhos vão necessitar de ecossistemas em que possam comunicar entre si e integrar-se com aplicações e "softwares". Muitos não entenderam quando a Google comprou uma empresa de termóstatos, a Nest, por três mil e duzentos milhões de euros. Como é que uma empresa com um produto tão básico valia tanto mesmo sendo fundada por alguns dos criadores do ipod? A razão não foi o termóstato, foi a equipa, que permitiu ao Google criar este ecossistema em que os aparelhos comunicam entre si (chamado Brillo). A Apple está a fazer o mesmo com o "home kit" que vai integrar o seu sistema operativo (iOS) e a Amazon lançou o echo, uma assistente virtual tipo siri que é uma coluna bluetooth e que escuta as suas instruções desde qualquer parte da casa. A maioria dos consumidores quer um sistema que inclua e integre todos os produtos e serviços, são vários e cada uma destas marcas está a tentar ser a solução preferida. 

 

Novamente a guerra é pelos dados e infelizmente a maioria das empresas não entendeu que este é o novo prémio. Dados significam informação que pode ser utilizada para adequar os produtos e serviços ao cliente. Mais conhecimento significa maiores vendas. Modelos de previsão e sensores que vão entender as necessidades de cada casa e, por exemplo, oferecer ou comprar automaticamente os produtos e os serviços mais adequados. 

 

Ainda não há vencedores concretos e há vários aspectos críticos importantes a resolver ainda. A segurança, por exemplo, é um deles! Ninguém quer que alguém possa acender o fogão na casa durante a noite ao mesmo tempo que desliga o detector de incêndios, o ar condicionado e fecha as janelas. 

 

Mas porque é que este tema é interessante para as empresas "comuns" uma vez que não podem concorrer com estes gigantes?  Há que começar a entender como os seus produtos e serviços se vão integrar nestes ecossistemas. Já não é suficiente produzir produtos, as indústrias vão ter de desenvolver "softwares" e aplicações e ao mesmo tempo permitir que se conectem com outros produtos dos seus concorrentes. A análise dos dados que vão receber da utilização dos seus produtos vão ter de ser analisados e as conclusões utilizadas para melhorar os produtos em tempo real. E muito provavelmente vão ter de adoptar um ou todos estes ecossistemas (como já fazem com as "apps" que desenvolvem para Android e iOS). As empresas que não o fizerem vão provavelmente perder a sua posição no mercado e tornar-se obsoletas nos próximos cinco anos.

 

Partner litsebusiness.com e professor de e-commerce e marketing digital na Nova SBE

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