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Em que Freitas (do Amaral) acredita você?

Em 1986, o PCP dizia que votar em qualquer dos candidatos às presidenciais, Mário Soares e Freitas do Amaral, era "contra-natura". Mas confrontado com Freitas e Soares na segunda volta das eleições, "engoliu o sapo" (outra expressão preferida de Cunhal) e votou em Soares. Supõe-se que por ser menos "contra-natura"…

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Fast forward - o mesmo Freitas parece acreditar agora que o mesmo PCP e a Esquerda radical vão esquecer o Freitas de 1986: de cravo vermelho ao peito e evidenciando imensa falta de vergonha (aprendeu muito com Mário Soares…) surgiu no debate "O sistema político e os partidos" a dizer autênticas "pérolas". Como "este é o governo mais à Direita em 40 anos" e "estamos perante um retrocesso histórico"…

 

Freitas chegou, ao fim de 40 anos de política (se descontarmos as ligações ao anterior regime), ao zénite da imbecilidade: participou num dos piores governos da Democracia, de onde saiu empurrado, e nos anos mais recentes vem-se desdobrando em intervenções a roçar a indigência.

 

Estranho destino este, o de um político que comandava o único partido que teve a coragem de votar contra a Constituição de 1976 (a falta que fazes, Amaro da Costa). Um político que defendeu a eleição do general Soares Carneiro, que pretendia convocar um referendo para mudar a Constituição (contra a própria CRP). Porque essa Constituição era socialista. O mesmo socialismo que Freitas defende agora.

 

Assumir posturas diferentes ao longo da vida não é crime. Mas há mudanças que nem os cravos vermelhos conseguem legitimizar. Se calhar Freitas sonha que a Esquerda Radical vai deixar de o achar "contra-natura" em futuras eleições… Keep dreaming! 

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