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E o "crowdfunding" do PCP, João Proença?

João Proença, o seu substituto Carlos Silva e Arménio Carlos têm um futuro complicado. Porque o "crowdfunding" veio para ficar. Isso põe em cheque o controlo que as centrais sindicais tinham sobre alguns sindicatos.

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A FRASE...

 

"Há riscos claros de haver 'crowdfunding' estrangeiro a desestabilizar o país."

 

João Proença, Jornal de Negócios e Antena 1, 25 de Fevereiro de 2019

 

A ANÁLISE...

 

João Proença está preocupado com o "crowdfunding". Não é só ele, é verdade. Antes dele outros sindicalistas, para além do Governo (pela voz do primeiro--ministro), já tinham falado do assunto a propósito da greve dos enfermeiros. Mas a preocupação de Proença não tem nada a ver com desestabilização do país, a mando de interesses obscuros. Tem a ver com o facto de a sua UGT, e a adversária CGTP, estarem perante o maior desafio da sua história.

 

Senão vejamos. Na entrevista, João Proença, que também diz uma série de enormidades sobre a Saúde e a ADSE (deve estar a pagar o favor de ter sido nomeado para Presidente do Conselho Geral e de Supervisão daquele organismo…) lembra que o movimento sindical tem de ser independente. Nomeadamente dos partidos políticos. A sério? Que tal começar por criticar a CGTP, que é a correia de transmissão do Partido Comunista Português? Já agora, porque é que João Proença não critica o "crowdfunding" do PCP na Festa do Avante, onde nem sequer paga impostos (nomeadamente IVA)? Isto para não lembrar ao ex-secretário-geral da UGT que ainda hoje não sabemos se houve "crowdfunding estrangeiro" na campanha de António Costa para a Câmara de Lisboa, em 2013. E uma última pergunta a João Proença: os partidos declaram todos os financiamentos de que beneficiam? De certeza???

 

João Proença, o seu substituto Carlos Silva e Arménio Carlos têm um futuro complicado. Porque o "crowdfunding" veio para ficar. Isso põe em cheque o controlo que as centrais sindicais tinham sobre alguns sindicatos, e mesmo sobre alguns setores da sociedade, como acontecia até agora? Sem dúvida. Mas proibir o "crowdfunding" é como tentar travar o vento com a mão. Habituem-se, João, Silva e Arménio. Ah! E já agora, reinventem-se…

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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