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Os novos seguros para a mobilidade sem carbono

Para responder aos novos desafios da mobilidade suave, a Liberty criou uma cobertura específica facultativa, na qual se garante que o tomador do seguro ou familiares que usem bicicleta, trotinete elétrica ou cadeiras de rodas estão protegidos em danos a terceiros.

07 de Novembro de 2022 às 14:30
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O novo paradigma de mobilidade com as componentes de carros elétricos, bicicletas e trotinetes trouxe novos riscos e implica a criação de novas coberturas e de novos produtos.

O "Seguro Automóvel" foi o tema do pequeno-almoço Jornal de Negócios/Liberty que se realizou a 27 de outubro de 2022 no Pestana Palace Hotel no âmbito da iniciativa "Os Seguros em Portugal". Estiveram presentes Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Seguros Portugal e Irlanda, Sandra Andrade, Motor Claims Manager da Liberty Seguros, Simona Naber, PT Broker Motor Manager da Liberty Seguros, e os mediadores João Teixeira da Cruz e Fábio Nunes, com moderação de João Maia Abreu.

Como explicou Simona Naber, PT Broker Motor Manager da Liberty Seguros, a venda de carros elétricos, o carsharing (os carros partilhados), e a importância dos transportes públicos eram a tónica antes da pandemia. Quando esta surgiu, "instalou-se algum receio e as pessoas voltaram ao transporte individual. Progressivamente as pessoas estão a voltar aos transportes públicos, tendo em conta que os custos dispararam como por exemplo os aumentos de custos com os combustíveis, as reparações, o custo e a obtenção de peças. Este facto associado à atual conjuntura económica e ao dissipar dos efeitos da pandemia, fez com que as pessoas regressassem em força aos transportes públicos e plataformas de partilha de veículos. Isto criou uma pressão grande até no preço do seguro", disse Simona Naber.

Por outro lado, a pandemia deu um impulso à venda das viaturas elétricas, porque eram os automóveis que estavam em stock para venda por causa da desregulação das cadeias de abastecimento. O que levou a Liberty Seguros a criar "uma nova cláusula, uma extensão de cobertura. Se o cliente contratar as coberturas facultativas de Danos Próprios de 'Incêndio, Queda de Raio' e 'Furto ou Roubo', garantimos os cabos e adaptadores de carregamento em caso de roubo e as baterias em caso de incendio", refere Simona Naber.

Novos seguros e aumentos

Acrescenta que não têm seguros de bicicletas ou de trotinetes, porque "para fazer seguros para esse tipo de mobilidade são necessárias mudanças na lei e das quais estamos à espera. Mas temos solução enquanto a lei não existe". Para responder aos novos desafios da mobilidade suave, a Liberty Seguros criou uma cobertura específica facultativa em que se garante que o tomador do seguro ou familiares que usem bicicleta, trotinete elétrica ou cadeiras de rodas estão protegidos em danos a terceiros. Isto não está garantido pela responsabilidade civil obrigatória, é uma adenda facultativa, é opcional", frisou Simona Naber.

Sandra Andrade, Motor Claims Manager da Liberty Seguros, revelou que há muito mais sinistros com os agentes vulneráveis, como peões, pessoas que circulam em bicicletas e trotinetes, e mais graves. "Temos acompanhado com o próprio mercado, porque dentro em breve teremos de ter o seguro de responsabilidade civil obrigatório para bicicletas e trotinetes porque também causam danos aos outros", disse Sandra Andrade.

Fábio Nunes, agente de seguros na Beira Dinâmica em Castelo Branco e Idanha-a-Nova salientou que a Liberty criou recentemente uma ferramenta que permite um pricing muito ajustado, um tarifário muito dinâmico. "A companhia não pode, embora tenha preços diferentes para várias localidades do país, e não pode ter um produto específico para cada localidade. A dinâmica do pricing é muito boa".

Diz que normalmente o cliente vai atrás do preço, pelo produto mais barato, não valorizando o seguro. Mas salientou ainda que aos mediadores compete "vender o produto e não o preço, que tem de ser ajustado face à inflação que estamos a viver. Se os custos sobem e continuamos a vender ao mesmo preço, o nosso resultado não vai ser positivo. Compete-nos vender um produto ao cliente e ‘não aviar seguros’".

"Ninguém quer falar da morte" "Alguém disse um dia que o seguro em Portugal é vendido, não é comprado. Isto determina muito o comportamento do consumidor e o trabalho do mediador na elucidação do cliente e fazer com que o seguro não seja vendido, mas comprado, para que o consumidor entenda que o seguro é uma mais-valia", afirmou João Teixeira da Cruz, mediador de seguros sediado na Trofa.

O seguro é uma necessidade e é visto, muitas vezes, nomeadamente no seguro automóvel e de acidentes de trabalho, mais como a obrigação legal do que como uma proteção de vidas e bens. "Devia perceber que com o seguro está garantido no caso de uma perda material ou corporal. O seguro responde perante o que são as garantias contratadas", referiu João Teixeira da Cruz.

Referiu que na atividade dos seguros se lida com questões sobre as quais as pessoas não gostam de pensar nem decidir. "Tal como os médicos na saúde, às vezes também nos seguros temos de tocar em aspetos mais profundos, íntimos e sensíveis e, às vezes, com alguma crueza". Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal e Irlanda, comunga da mesma opinião. "A questão da morte, do acidente, da desgraça, é algo que incomoda o cliente, mas temos de o fazer porque é por aí que vamos agarrá-lo. Se queremos fazer uma venda qualificada, temos de incomodar o cliente. Ninguém quer falar da morte, ser incomodado por situações de desgraça pessoal", concluiu Rita Almeida.
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