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“O modelo de negócio da mediação mudou”

O mediador é o toque-chave neste negócio de relação, de confiança, de proteção de vida das pessoas e das empresas, é a ligação entre a seguradora e o cliente.

07 de Novembro de 2022 às 15:00
Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Seguros Portugal e Irlanda. Pedro Catarino
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A distribuição de seguros em Portugal tem vindo a concentrar-se em menos players, e muito menos agentes e mediadores, afirmou Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Seguros Portugal e Irlanda. Os agentes de seguros passaram de 16.674 em 2019 para 11.846 em 2021. Na sua opinião, uma das principais razões para esta diminuição é a sucessão, porque houve um boom nos anos 1980 e 1990 de agentes, que agora estão a passar o testemunho. Por outro lado, há grandes grupos a adquirir carteiras de pequenos mediadores, porque muitos não tinham capacidade para dar o salto na transformação do negócio com o digital e a profissionalização. "Vai continuar a diminuir o número de distribuidores de seguros", assevera Rita Almeida.

Relembra que o canal direto existe há mais de 20 anos, mas não tem tido um grande crescimento. "É mérito do mediador, pelo papel que tem na elucidação do cliente, pelo facto de este gostar de ter um rosto na sua ligação com os seguros. Se tiver um problema tem um nome que o pode ajudar na resolução, porque o mediador é o conselheiro que nunca vai falhar", disse Rita Almeida.

Os desafios da mediação

"O modelo de negócio da mediação mudou, o mediador de ontem não é o mesmo de hoje, nem o de hoje será o de amanhã. O grande desafio da mediação passa pela otimização dos seus recursos, a digitalização, os investimentos, porque nenhum negócio cresce sem investimento, a diferenciação, o não perder a proximidade com o cliente, e, sobretudo, o agrupamento de agentes", referiu Fábio Nunes, agente de seguros em Castelo Branco. Frisou que os mediadores "não podem deixar que a corretagem absorva tudo porque é uma tendência negativa para a mediação porque os objetivos da corretagem são outros".

Rita Almeida considera que "a nossa estratégia é utilizar o digital para agilizar e simplificar esta relação com a mediação, mas o mediador é o toque-chave neste negócio de relação, de confiança, de proteção de vida das pessoas e das empresas, é a ligação entre a seguradora e o cliente". Rita Almeida salientou ainda que um dos papéis dos mediadores "é trazer para dentro da seguradora as necessidades dos clientes, porque são os mediadores os vendedores de seguros e são eles que conhecem os clientes".

Rita Almeida considera que a exclusividade dos agentes leva a uma limitação no aconselhamento ao cliente. "Trabalhar com mais de uma companhia permite ter uma visão mais integrada do mercado e a Liberty Seguros vai continuar a trabalhar desta forma.
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