- Partilhar artigo
- ...
Os atentados do autoproclamado Estado Islâmico em Paris, cometidos a 13 de Novembro, relançaram o debate sobre a necessidade de uma intervenção militar para tentar colocar um fim na actividade deste grupo terrorista.
Marisa Matias discorda desta abordagem. "Não estou de acordo com a intervenção militar. Acho que se devem esgotar todos os caminhos da paz antes de abrir qualquer caminho, por pequeno que seja, da guerra. E eles não foram esgotados. Nem sequer começados".
Para a candidata a abordagem deve ser outra. "Acho que são precisas respostas urgentes, sendo a mais urgente de todas secar o financiamento do autoproclamado Estado Islâmico. Secar não comprando petróleo, secar não vendendo armas, secar não fingindo que a Turquia não está a fazer um jogo duplo".
Para Marisa Matias, o posicionamento turco é decisivo. "A Turquia, ao mesmo tempo que si diz aliada para combater o Estado Islâmico, e a agora a União Europeia vai dar três milhões de euros ao senhor Erdogan [presidente da Turquia] para ele utilizar como bem entende, sem ter de prestar contas, no fundo está mais preocupada com as questões internas e com o desaparecimento do povo curdo, do que propriamente em eliminar aqueles que fazem frente aos curdos, que é o autoproclamado Estado Islâmico. Portanto, a União Europeia , ela própria, devia de deixar de fazer jogos duplos e acordos pouco transparentes como estes".
A candidata, por princípio, é contra as sanções, mas no caso do combate ao Estado Islâmico admite que se abra uma excepção. "Seria a favor de sanções contra países quer comprem petróleo e vendam armas aos grupos terroristas."
"Não é de uma guerra de civilizações que estamos a falar.Estamos a falar de terrorismo que não tem cabimento dentro de nenhuma lógica civilizacional. seja ela qual for. Da mesma maneira que não nos atreveríamos a dizer que haveria uma base católico-cristã no Ku Klux Klan, também me recuso a dizer que há base islâmica no autoproclamado Estado Islâmico".