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EDP ganha Prémio de Inovação com projeto Fotovoltaico Flutuante de Alqueva

A EDP candidatou o Parque Solar Flutuante de Alqueva ao Prémio Nacional de Inovação no segmento Tecnologia Sustentável. O projeto, que faz parte de uma aposta da EDP de ter 100% de energia renovável instalada em 2030, venceu a categoria.

21 de Julho de 2023 às 12:00
A central solar flutuante de Alqueva é um projeto de inovação marcante
A central solar flutuante de Alqueva é um projeto de inovação marcante D.R.
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O Projeto Fotovoltaico Flutuante de Alqueva é considerado o maior da Europa numa albufeira de barragem, representando um passo relevante no desenvolvimento das energias renováveis e consolida a aposta da EDP na inovação e na transição energética, assegura a empresa na sua candidatura ao Prémio Nacional de Inovação, no segmento Tecnologia Sustentável.

A empresa garante que a energia produzida pelos quase 12 mil painéis fotovoltaicos vai abastecer mais de 30% da população nesta região do Alentejo, sendo que a produção estimada de energia (7,5 GWh/ano) é equivalente a cerca de um terço dos consumos médios das famílias de Portel e de Moura. “Alqueva é um laboratório vivo, que permite testar a complementaridade entre tecnologias de produção de energia renovável despachável (hidroelétrica) e não despachável (fotovoltaica), assim como tecnologias de armazenamento de energia de longa duração (bombagem) e curta duração (bateria)”, explicam no documento, adiantando que o recurso a flutuadores com cortiça, testados pela primeira vez neste parque, com uma mistura única de plástico reciclado com compósito de cortiça, contribui para reduzir a pegada de CO2 do fabrico em cerca de 30% face aos flutuadores convencionais. A ambição é que este tipo de plataforma se possa tornar neutra na pegada de CO2. “Com este projeto, o maior da Europa em albufeira de barragem, evita-se a emissão de cerca de 2800 tCO2/ano”, esclarecem.

Inovação na hibridização

Uma das camadas de inovação deste projeto tem a ver com o facto de contemplar a vertente de hibridização. “Isto significa que concilia diferentes fontes de energia (solar, hídrica e armazenamento com baterias), usando um único ponto de acesso à rede elétrica nacional”. Para a EDP, este é um dos maiores benefícios da hibridização: aumenta a eficiência dos projetos, permite a partilha de infraestruturas elétricas, promove a estabilidade de custos e reduz o impacto paisagístico e ambiental. “Isto porque não implica a construção de novas infraestruturas e a consequente ocupação de terreno e a própria plataforma solar ocupa uma área que não poderia ter outra utilização, por questões de segurança. A hibridização é, por isso, a via lógica de crescimento no setor da produção de eletricidade”.

Para a empresa candidata, o projeto tem inúmeros impactos positivos, destacando-se os seguintes o projeto de produção de energia com origem em fonte renovável, o facto de serem evitadas cerca de 2800 tCO2/ano e a utilização da albufeira para instalar o projeto, evitando-se a ocupação de terrenos que podem ter outros usos, como agricultura, pecuária, turismo, serviços ecossistema, etc.

Parceria com Corticeira Amorim

A EDP destaca ainda o facto de o projeto evitar o abate de árvores, a desmatação e a afetação de fauna terrestre, assim como a redução da radiação solar sobre a albufeira, reduzindo a temperatura da água, o que permite que não exista desenvolvimento significativo de algas – diminuindo eventual eutrofização. “A estas vantagens, junta-se ainda uma inovação nos flutuadores que suportam os painéis solares: são compostos por uma mistura única de plástico reciclado com compósitos de cortiça, que está a ser testada pela primeira vez em Alqueva”. A empresa explica que esta solução resulta de uma parceria com a Corticeira Amorim, através da Amorim Cork Composites, que desenvolveu uma fórmula mais sustentável para os flutuadores fabricados pela espanhola Isigenere. “Por outro lado, além de contribuir para reduzir o peso da plataforma em 15%, ainda ajuda também a diminuir a pegada de CO2 da produção dos flutuadores em cerca de 30% - e tem a ambição de ser neutra em carbono”. Além disso, lê-se na candidatura, o projeto retira benefícios adicionais da água, que favorecem o arrefecimento natural dos painéis e contribuem assim para potenciar a produção de energia – “painéis solares são mais eficientes a temperaturas mais baixas”, enfatizam. No final do seu ciclo de vida, se a plataforma precisar de ser retirada da albufeira, aquele espaço, a EDP garante que o impacto será nulo, dado que o espelho de água e ambiente circundante se manterão inalterados.

O projeto, que envolveu um investimento global na ordem dos seis milhões de euros, tem no entender do seu promotor impactos socioeconómicos positivos associados ao emprego gerado – desde os fornecedores até ao pessoal necessário para trabalhos de operação e manutenção) e pelo aumento na procura de bens, serviços e turismo na região. “A produção anual estimada desta central pode abastecer mais de 30% das famílias desta região no sul do país (Portel e Moura)”.

A EDP reforçou ainda que este projeto foi relevante para fundamentar a legislação que permitiu ao Governo lançar o primeiro leilão de solar flutuante em Portugal (em 2022) e assim abrir a porta a outros operadores de energia e à aposta na inovação e energias renováveis.

Projeto de inovação marcante

Ao Jornal de Negócios, Pedro Miguel Oliveira, diretor de Inovação da Geração da EDP, avançou que a central solar flutuante de Alqueva é um projeto de inovação marcante, não apenas para a região e para o país, mas também a uma escala global, sendo um exemplo de como se podem desenvolver projetos de energia sustentáveis e dar passos decisivos no caminho da transição energética. “A inovação deste projeto começa no próprio modelo original de hibridização, que permite combinar diferentes fontes de energia – hídrica, solar e bateria – usando o mesmo ponto de acesso à rede e, assim, otimizar recursos e infraestruturas já existentes”. Pedro Miguel Oliveira, ressalvou que a EDP é pioneira neste campo, ao ser a primeira no mundo a testar este conceito, há cerca de sete anos, no parque solar flutuante do Alto Rabagão. “O recurso a uma energia limpa, como a solar, reforça o caráter sustentável do projeto, que procura ter impacto ambiental mínimo. Além disso, outra das camadas de inovação em destaque neste projeto envolve o uso de cortiça nos flutuadores, o que permite reduzir a pegada ambiental desta central em cerca de 30%”. O responsável volta a mencionar que o projeto oferece inúmeros benefícios para o país e para o setor, mas também para a região onde se insere, sendo um deles imediato: a produção de energia limpa a partir desta central solar permite abastecer o equivalente a 30% da população de Portel e Moura. “Além disso, e por trazer maior visibilidade à região, o projeto contribui para dinamizar a economia local, podendo ser um ponto de atração e de promoção de potenciais oportunidades de investimento, parceria ou desenvolvimento”.

Reforço do mérito do projeto

Nas palavras do diretor de Inovação da Geração da EDP, o Prémio Nacional de Inovação vem, assim, reconhecer o mérito do projeto, o trabalho e dedicação das suas equipas e o seu importante contributo para a expansão das renováveis e para a aceleração da transição energética. “Estes são os grandes desafios que enfrentamos para o futuro, mas são também o que nos inspira. Tendo como objetivo ser 100% renovável até 2030 e net zero até 2040, a EDP empenha-se continuamente em projetos disruptivos e inovadores que contribuem para um futuro mais verde, inclusivo e sustentável”.

Para este responsável, a transição energética será essencial para alcançar a independência energética, para cumprir os objetivos ambientais e para promover o acesso a energia a preços acessíveis para todos – e isto não pode ser feito sem inovação. “Precisamos urgentemente de descarbonizar e eletrificar o mundo e o setor energético será essencial neste desafio. Por isso, temos de acelerar a adoção das tecnologias mais inovadoras e sustentáveis, para atingir os objetivos de descarbonização, mas precisamos de investir mais e mais rapidamente”.

 

A EDP empenha-se continuamente em projetos disruptivos e inovadores que contribuem para um futuro mais verde, inclusivo e sustentável.

 

A inovação deste projeto começa no próprio modelo original de hibridização, que permite combinar diferentes fontes de energia – hídrica, solar e bateria – usando o mesmo ponto de acesso à rede. Pedro Miguel Oliveira
Diretor de Inovação da Geração da EDP

 

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