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A receita para salvar vidas: ativação médica rápida

Ao ilustrar o caso da jornada de saúde de “Alex”, 53 anos, que recebeu um alerta de AVC pelo smart watch, o CEO da Siemens Healthineers Portugal destacou a importância de uma rápida ativação médica e da ligação eficiente aos sistemas de apoio e recursos hospitalares.

Teresa Alves Mendes 16 de Janeiro de 2024 às 14:00
Duarte Roriz
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"Alex! Atenção Risco! Possível AVC detetado." Foi com este alerta que o CEO da Siemens Healthineers Portugal, Jorge Oliveira, inaugurou a conferência. O responsável falou sobre o tema "Pessoa no Centro da Saúde", referindo-se ao caso de Alex, 53 anos, um cidadão informado e que gosta de ter os seus dispositivos para monitorização da sua saúde. Enquanto fazia o seu pequeno-almoço sentiu-se mal, com náuseas, tendo recebido este alerta de AVC dado pelo seu smart watch - aliás todos os presentes puderam experienciar a jornada de saúde de Alex, desde o aviso do seu relógio, numa sessão de realidade virtual disponível na sala.

Este foi um dos exemplos ilustrativos do mote da sua intervenção, "A nova era da experiência do paciente". Jorge Oliveira lembrou que "o AVC é a segunda maior causa de morte em todo o mundo".

Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde, "um em cada quatro pessoas vão ter um AVC durante a sua vida, cerca de 70% das pessoas em todo o mundo sofrem de distúrbios neurológicos e entre as pessoas que sobrevivem a estes episódios de AVC, dois terços vão ter limitações para a sua vida", disse. Este cenário "coloca uma pressão enorme sobre os diversos sistemas de saúde, nomeadamente se pensarmos que, em 2019, mais de 60% dos episódios de AVC aconteceram em pessoas com menos de 70 anos". E, como tal, "esta é uma tendência que, aliada ao aumento da esperança média de vida, não vai diminuir".

Mas, como também advertiu, "sabemos todos que é diferente termos um AVC em Lisboa do que tê-lo em Beja, o que nos leva ao desafio da equidade de acesso aos recursos disponíveis - sejam materiais, técnicos ou humanos".

A verdade é que "temos apenas um neurologista no mundo inteiro para cada 10000 pacientes". Logo, é importante perceber "como é que a tecnologia pode ajudar na resolução destes desafios". Há que promover o "acesso à tecnologia com mais inovação, onde os sistemas de informação possam ajudar a uma decisão mais rápida, mais cuidada e assertiva para aquele doente".

O CEO da Siemens Healthineers Portugal lembrou ainda os desafios do aumento da esperança média de vida, que aliada à falta de recursos humanos e financeiros, "coloca uma pressão adicional sobre os diversos sistemas de saúde".

Um ecossistema interligado

A resposta está na "interligação do ecossistema de saúde, onde todos os agentes fazem parte dessa discussão - seja o setor público, privado, social, as academias, não esquecendo a indústria - com o foco primordial no paciente enquanto indivíduo, enquanto pessoa informada e que quer fazer parte da tomada da decisão sobre o seu tratamento, mas também tendo em consideração quem o envolve, a sua família, os seus amigos e a sociedade". E recorreu de novo ao caso prático com que abriu a sessão. "Nesta jornada do Alex, de que lhe serviria ter o melhor gadget que o informou de um eventual episódio da AVC, se não estivesse ligado ao sistema de ativação rápida médica? Ou se depois não tivesse uma ligação muito rápida aos sistemas de apoio, ou se o hospital não tivesse um angio-TAC disponível para receber o Alex ou se não tivessem recursos para o operarem? Isso seria a diferença entre o modo de fazer parte de uma estatística positiva de sobrevivente do problema de AVC ou de ser um caso perdido", observou Jorge Oliveira. "A interligação destes diversos agentes dos sistemas de saúde, é fundamental e salva-vidas", concluiu.
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