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Só 20% das empresas tem trabalhadores de tecnologias

A Comissão Europeia antecipa que em 2020 haja 15 mil vagas por preencher no sector das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em Portugal. Cinco vezes mais do que em 2012.

19 de Janeiro de 2016 às 13:30
Tecnológicas nacionais preferem Angola e Brasil
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As tecnologias de informação e comunicação (TIC) enfrentam uma encruzilhada no que diz respeito aos recursos humanos: são trabalhos bem pagos, que deixam os trabalhadores satisfeitos, mas continua a haver milhares de vagas por preencher.

Segundo os dados da Comissão Europeia, em 2012 o número de portugueses empregados no sector das TIC representava apenas 2,5% do total da mão-de-obra do país, o que coloca Portugal entre as economias da União Europeia com os valores mais baixos, num grupo com Roménia, Lituânia e Grécia. Os países com rácios mais elevados têm cerca de 5% da mão-de-obra especializada nesta área.

Nesse ano, havia perto de três mil vagas por preencher em empresas que necessitavam de trabalhadores com competências nessa área. As estimativas dos técnicos de Bruxelas apontavam para que esse valor quintuplicasse até 2020 para as 15 mil. No total da União Europeia, deverão ser 825 mil.

Estes número poder ser surpreendentes, uma vez que a remuneração até parece acima da média nacional. Um inquérito da Jobbox a 102 trabalhadores concluía que menos de um em cada dez empregados das TIC recebe menos de mil euros. Recorde-se que o salário bruto médio em Portugal ronda os 1.100 euros.

A grande maioria dos trabalhadores está satisfeita com o seu trabalho (73%) e apenas 3% pensa em mudar de emprego. No entanto, quase dois terços admitem já ter pensado em sair do País.

Apesar da necessidade de mão-de-obra que os números parecem mostrar, apenas uma em cada cinco empresas com dez ou mais empregados tem trabalhadores com competências TIC (14% entre as mais pequenas). Dessas empresas, quase metade (46%) está na Grande Lisboa.

Regresso ao crescimento

Os dados da consultora IDC publicados em Fevereiro de 2015 estimavam que o mercado de tecnologias de informação tenha quebrado em 2014 cinco anos de quedas consecutivas, atingindo um crescimento de 1,3%. Valores que ficam aquém das estimativas para a Europa e o mundo (3,5% e 1,9%).

Para 2015, a expectativa da empresa era mais um ano de desenvolvimentos positivos (0,9%), o que colocaria o mercado de tecnologias da informação nos 3,46 mil milhões de euros. No médio prazo, a IDC esperava que o sector crescesse 1,7%, 1,9% e 2,2% em 2016, 2017 e 2018, respectivamente.
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