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A inovação devia ser olhada pelo Estado de forma diferente. Desde logo ao nível das compras públicas. Sem tratamento especial, os serviços e produtos inovadores ficam em segundo plano na contratação pública. E muitos deles nem conseguem candidatar-se ao fornecimento.
"Este é um tema crítico", consideram os protagonistas do think tank organizado pelo Negócios e Banco Popular sobre a inovação e tecnologias de informação, acrescentando-se que "este tema do 'procurement' [compras públicas] tem de ser tratado de raiz".
Porque não adoptou Portugal as regras permitidas a nível europeu de tratar de forma diferente as actividades de investigação e desenvolvimento nas compras públicas? Os responsáveis deste sector acreditam que o Estado poderia ter um papel fundamental na projecção de novos serviços e produtos, mesmo a nível internacional, funcionando como "lead user" (utilizador impulsionador).
Há vários problemas em torno destas compras. Um deles é o facto de o Estado optar, na maior parte das suas compras, por comprar pacotes de serviços ou produtos - acabando por beneficiar as maiores empresas -, por forma a minimizar os custos. Esse é logo o primeiro entrave, contestando-se a excessiva importância atribuída aos custos. O outro tem a ver com as especificações técnicas exigidas, já que tratando-se de produtos ou serviços inovadores, por regra, não há informação ainda detalhada ou os contornos não encaixam exactamente no que é solicitado.
"Tem de haver outro pilar no fornecimento público para as compras inovadoras que têm de ter regras diferentes e têm de ser geridas como tal". Haver, portanto, mais do que compra uma política pública de apoio à investigação e desenvolvimento. E olhar para estes produtos e serviços como investimento e não tanto como custo. Ou até, sugere-se, este tipo de inovação pode nem ter custo para o Estado, já que até há casos em que poderia haver disponibilidade de quem promove a inovação de a colocar, gratuitamente, no Estado para sua validação e para ter o tal "lead user" que lhe permita abrir outras portas. "Bastava disponibilizar-se para essa função", mas "não tem incentivos nem estímulos para o fazer".
Por isso, realça-se que não são só as mudanças nos processos de contratação pública que poderão resolver a questão. É também a disponibilidade da administração pública.
Por fim, mesmo nos contratos existentes há quem reclame a atenção do Estado para os níveis de certificação que as empresas têm, que lhes custa dinheiro e deviam ser valorizadas.
"Este é um tema crítico", consideram os protagonistas do think tank organizado pelo Negócios e Banco Popular sobre a inovação e tecnologias de informação, acrescentando-se que "este tema do 'procurement' [compras públicas] tem de ser tratado de raiz".
Porque não adoptou Portugal as regras permitidas a nível europeu de tratar de forma diferente as actividades de investigação e desenvolvimento nas compras públicas? Os responsáveis deste sector acreditam que o Estado poderia ter um papel fundamental na projecção de novos serviços e produtos, mesmo a nível internacional, funcionando como "lead user" (utilizador impulsionador).
Há vários problemas em torno destas compras. Um deles é o facto de o Estado optar, na maior parte das suas compras, por comprar pacotes de serviços ou produtos - acabando por beneficiar as maiores empresas -, por forma a minimizar os custos. Esse é logo o primeiro entrave, contestando-se a excessiva importância atribuída aos custos. O outro tem a ver com as especificações técnicas exigidas, já que tratando-se de produtos ou serviços inovadores, por regra, não há informação ainda detalhada ou os contornos não encaixam exactamente no que é solicitado.
"Tem de haver outro pilar no fornecimento público para as compras inovadoras que têm de ter regras diferentes e têm de ser geridas como tal". Haver, portanto, mais do que compra uma política pública de apoio à investigação e desenvolvimento. E olhar para estes produtos e serviços como investimento e não tanto como custo. Ou até, sugere-se, este tipo de inovação pode nem ter custo para o Estado, já que até há casos em que poderia haver disponibilidade de quem promove a inovação de a colocar, gratuitamente, no Estado para sua validação e para ter o tal "lead user" que lhe permita abrir outras portas. "Bastava disponibilizar-se para essa função", mas "não tem incentivos nem estímulos para o fazer".
Por isso, realça-se que não são só as mudanças nos processos de contratação pública que poderão resolver a questão. É também a disponibilidade da administração pública.
Por fim, mesmo nos contratos existentes há quem reclame a atenção do Estado para os níveis de certificação que as empresas têm, que lhes custa dinheiro e deviam ser valorizadas.