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Faça amigos no Japão. Só assim terá negócio

Em território nipónico, há abertura para o que vem de fora. Leiria poderá aproveitar a boleia através de sectores como o dos produtos para a casa. Para ter sucesso no Japão basta uma coisa: ser fiel.

18 de Março de 2015 às 00:01
Bloomberg
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O relacionamento entre Portugal e Japão é de longa data. É preciso regressar ao século XVI, no período dos Descobrimentos, para definir o ponto de partida. À medida que o tempo passa, a ligação consolida-se.


Nos últimos cinco anos, o saldo da balança comercial de bens não tem sido favorável a Portugal. O Japão ocupa a posição 35 entre os principais clientes nacionais, representando cerca de 0,26% das exportações. Para território nipónico, seguem sobretudo bens alimentares, químicos, máquinas e aparelhos. Mas há mais potencial neste mercado para Portugal, em especial para Leiria.


Produtos de casa e moda, cerâmicas, materiais de construção, mobiliário, energias renováveis e tecnologias de ponta estão entre as áreas a apostar neste país. As alterações demográficas – com os japoneses a casar cada vez mais tarde e o envelhecimento da população – abrem margem a negócios como refeições pré-preparadas, limpezas ou serviços de apoio a idosos.


Neste país onde as infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias apresentam boas condições e o sistema de telecomunicações é efectivo, há que ter em conta que o interesse colectivo acaba por se sobrepor aos gostos pessoais.


Vencer no Japão é sinónimo de aceitação para um território asiático mais abrangente. Tóquio deverá ser privilegiada como porta de entrada, uma vez que a capital é capaz de ditar tendências em termos empresariais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Perguntas a: José Joaquim Fernandes, Delegado da AICEP no Japão
"Perfil para maratonistas e não para velocistas"

O Japão é um  mercado de retorno imediato?
É um mercado que leva mais tempo a conquistar. Mas depois de conseguido é fiel, paga bem e prontamente. Os exportadores devem fazer uma aposta a longo prazo. É acertado afirmar que o mercado tem perfil para maratonistas e não para velocistas.

 

Que dicas deixa a quem queira investir neste país?
Para investir, é fundamental conseguir um parceiro local. Para exportar, é incontornável conseguir um importador. Contudo, considerando o nível de sofisticação e o retorno um pouco mais longo, sugere-se que apenas empresas já com experiência internacional em mercados competitivos avancem para o mercado japonês. É necessário ter tarimba internacional e estar já a gerar lucros noutros mercados, que permitam aguentar o retorno um pouco mais lento.

 

Existem muitas barreiras?
O Japão é um mercado bastante aberto. Certamente que há excepções, como a indústria da construção. Há ainda áreas, como alguns sectores alimentares, que implicam a certificação prévia do país e das empresas exportadoras. Contudo, temos muito poucas reclamações por parte da comunidade exportadora.

 

De que modo Portugal – e em especial Leiria – poderá beneficiar com esta relação?
É preciso usar os serviços da AICEP e que as empresas avancem para o mercado com determinação: não apenas no apoio relativo à recolha de informação,  mas também na marcação de programas de reuniões com importadores.

 

 

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