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"O ponto de partida para esta estratégia Cávado 2030 começa na consciência do que somos hoje e da ambição do que pretendemos ser num horizonte temporal de dez anos, que é o final desta década", referiu Ricardo Rio, presidente do conselho executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, na apresentação do Plano Estratégico Territorial que se insere na visão Cávado 2020-2030.
A CIM optou pela elaboração do Plano Estratégico Territorial através de um processo aberto e de construção de uma estratégia "que juntasse sobretudo a voz do território. Em cada uma das sessões temáticas estiveram presentes dezenas de representantes de instituições, e os próprios cidadãos puderam através do processo de participação pública dar contribuições para o enriquecimento desta estratégia", esclareceu Ricardo Rio.
Como sublinhou é um exercício distinto do que normalmente era feito nestas circunstâncias em que "procurávamos ajustar este tipo de documentos ao que era a pré-formatação dos instrumentos de financiamento que a própria União Europeia ia disponibilizando para cada um dos territórios".
Ricardo Rio salientou que neste processo e no plano estratégico estiveram atentos e contemplaram as principais preocupações em relação ao futuro próximo das instâncias europeias, nacionais e regionais. Procurou-se conectar "cada uma dessas prioridades com as oportunidades de financiamento que vão surgir ao longo dos próximos anos e que sabemos que são substanciais, juntando o atual quadro de financiamento, com o PRR e com o novo quadro comunitário. Estamos a falar de muitos milhões de euros disponíveis para apoiar as opções de desenvolvimento deste e de outros territórios", referiu Ricardo Rio.
Capital Europeia 2027
O Plano Estratégico Territorial aponta um caminho que tem como pilar fundamental a inovação e a capacidade de ser um território diferenciador com base no conhecimento que gera. Mas, como frisou Ricardo Rio, faz ligação "à coesão territorial e à coesão social, porque temos a consciência de que, dentro deste território, há hoje realidades que não podem ser tratadas da mesma forma, e aposta na componente da capacitação da administração como instrumento de resposta para cada uma das prioridades".
É um território que quer ser sustentável e apostar na vertente cultural. Ricardo Rio recordou a candidatura de Braga, autarquia a que preside, a Capital Europeia da Cultura em 2027. Nas suas palavras "pode ser uma poderosa alavanca para o desenvolvimento integral de todo este território e que nunca deixara de interagir com o todo regional em que se insere. É graças a esses contributos que chegamos a um documento final extremamente bem conseguido e que aponta para o futuro. Falta agora fazer e é para isso que contamos com todos, os que estão, os que chegam, e os que connosco interagem, a nível regional e nacional".
A CIM do Cávado é um território muito rico, mas simultaneamente muito diverso, desde o litoral à montanha, de Esposende a Terras do Bouro, passando por Amares, Vila Verde, passando aos grandes núcleos urbanos de Barcelos e de Braga. "É um território que tem enorme potencial, tem recursos endógenos que importa valorizar e várias oportunidades de desenvolvimento, que resultam da capacidade dos agentes no trabalho desenvolvido, desde os centros de conhecimento, as universidades, os institutos politécnicos ao tecido empresarial diversificado com uma vocação predominantemente exportadora, até à componente do turismo, às dinâmicas sociais, comerciais, cultural de todo este território", disse Ricardo Rio.
Na abertura institucional contou com as presenças de Ricardo Rio, presidente do Concelho Intermunicipal da CIM Cávado, António Cunha, presidente da CCDR-N, seguindo-se o keynote speaker António Figueiredo, da direção de Estratégia e Inovação da Quaternaire Portugal.
Quem participou nos debates
No primeiro debate, "Cávado: Território e Competitividade", estiveram presentes Mário Rui Silva, presidente da Sigma Team Consulting, João Marrana, presidente da Metro-Mondego, Carlos Duarte, presidente da direção da Associação Desenvolvimento Regional Litoral Rural, e Jorge Nunes, diretor regional da Cruz Vermelha - Distrito Bragança.
No segundo painel, "Cávado, Norte e Europa", participaram Emília Vieira, presidente da Casa de Investimentos, Fernando Alexandre, professor associado da Universidade do Minho, Fontainhas Fernandes, professor catedrático da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e Lorenzo Pastrana, chair of the research officer do INL-International Iberian Nanotechnology Laboratory.
O encerramento institucional do evento foi feito por Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão e Reformas.