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"Vamos viver uma década que vai estar muito pressionada pela necessidade de evoluir na sustentabilidade em tudo o que tem a ver com a mobilidade. É o setor mais agressivo do ponto de vista ambiental e que mais gases com efeito de estufa emite", afirmou João Marrana, presidente da Metro-Mondego. Na sua opinião significa um reenquadramento da mobilidade mais apoiada no transporte público, em veículos elétricos, e nos veículos autónomos que vão ser uma realidade dentro de dez anos.
"Será uma mudança radical do ponto de vista do paradigma dos sistemas de apoio à mobilidade. Isto tem impactos urbanísticos, no quotidiano das pessoas, nas infraestruturas de carregamento de veículos elétricos. Os veículos autónomos deverão ser concebidos numa lógica de meio partilhado tal como aconteceu com a música. Antigamente comprávamos CD, hoje usamos o Spotify numa lógica de economia partilhada", defendeu João Marrana.
Transporte mais caro
Abordou ainda a questão do transporte de mercadorias em que a pressão da sustentabilidade afetará a competitividade dos territórios periféricos como o de Portugal. Pode implicar a utilização da fiscalidade para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, o que, segundo João Marrana, poderá ter reflexos no preço do transporte de mercadorias que "vai ficar cada vez mais caro e portanto a competitividade vai sofrer com isso. Vamos ter de nos esforçar mais por produtos que resistam mais a esse maior custo associado ao transporte e vamos ter de nos organizar um pouco melhor para que as cadeias logísticas sejam mais eficientes e dessa forma se consiga reduzir os custos de acesso ao mercado".
A sustentabilidade e a fiscalidade verde são duas pressões que "vão existir nos próximos tempos e devemos preparar-nos para elas, quer nos espaços urbanos de alta densidade, como Braga, quer nos de baixas densidades, como o Parque da Peneda-Gerês. Isto vai ser estruturante naquilo que deverão ser as intervenções municipal, supramunicipal e nacional", considerou João Marrana.