Outros sites Medialivre
Notícia

Um plano com muita participação

Esta ideia ambiciosa do Cávado como um hub de exportação de conhecimento e de tecnologia também resulta da motivação dos territórios para participarem na definição estratégica do seu futuro.

25 de Junho de 2021 às 14:49
António Figueiredo é membro da direção da Quartenaire Portugal.
  • Partilhar artigo
  • ...
"O Cávado é das raras regiões do país que ainda pode colocar na visão de futuro a juventude, ainda há uma margem de progresso nesta matéria, outros territórios infelizmente já não podem inscrever na visão a ideia de juventude, este ainda pode, sobretudo, quando associamos juventude à ideia de rejuvenescer a capacidade de iniciativa empresarial", referiu António Figueiredo, da direção de Estratégia e Inovação da Quaternaire Portugal.

A este propósito assinalou que 25% das empresas portuguesas mais representativas "têm problemas de sucessão. Não sabemos se essa sucessão vai permanecer entre muros ou se a apetência do capital estrangeiro vai resolver de outra maneira esse problema de sucessão. Portanto, quando falo de juventude estou a pensar de rejuvenescer a capacidade de iniciativa empresarial".

Um dos principais responsáveis pelo Plano Estratégico Territorial do Cávado recorda que a anterior estratégia do Cávado, relativamente ao anterior período de programação, "já era relativamente ambiciosa, tinha um alcance que transcendia bastante o Horizonte 2020, e por isso a revisão da estratégia 2014-2020 acabou por ser o centro motor da reelaboração da estratégia do Cávado, onde se junta de facto uma dinâmica muito participada, mesmo em condições online. No fundo, importa destacar esta permanente motivação dos territórios para uma participação", disse António Figueiredo.

Economia inclusiva

A ideia ambiciosa do Cávado como um hub de exportação de conhecimento e de tecnologia implica um grau de participação e alcance do sistema de inovação da região que tem de se debater com os desafios climático e ambiental, e sobretudo a transformação digital que impacta na realidade industrial e comercial, incluindo o comércio de rua, que tem aqui neste território uma apetência muito forte e uma competitividade que já é reconhecida extra Cávado, e que terá efeitos nos modelos de negócio, e, sobretudo, na capacitação empresarial em matérias de qualificações e competências.

António Figueiredo chamou a atenção para o que designou "a inversão pandémica das condições sociais". Sublinhou que "o Cávado estava a viver uma fase interessantíssima de recuperação e de melhoria dos indicadores, mas houve uma inversão pandémica claríssima e que nós ainda não conhecemos os verdadeiros contornos". Considerou decisivo para os próximos dois anos "a recuperação económica inclusiva".

Em relação ao futuro, sobretudo tendo em conta os objetivos do Green Deal com as suas políticas de transição energética, verde e digital, considerou que "há espaço para criar espaços institucionais com maior participação de empresas". António Figueiredo acrescentou que no território do Cávado existem "empresas que podem sinalizar as mudanças, o que é extremamente importante, porque são empresas fortemente globalizadas e que sinalizam a mudança. Ora, num território em que a demonstração empresarial por contágio é decisiva, esta sinalização de tendências a partir dos players mais representativos é fundamental, por exemplo, em termos de novas competências necessárias".

As 5 agendas para 2021-2027 1 - Inovação, internacionalização e competitividade.
2 - Transição energética e climática.
3 - Cultura, turismo, sistema urbano e coesão territorial.
4 - Políticas educativas, de formação e coesão social.
5 - Capacitação, governação multinível e comunicação.