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Crescimento económico e geração de valor

A sub-região do Cávado cresceu mais entre 2013-2019 do que Portugal ou a UE, mas os rendimentos não são consentâneos com o que é produzido.

25 de Junho de 2021 às 13:39
António Cunha, presidente da CCDR Norte.
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"A sub-região do Cávado é a que no século XXI mais se tem desenvolvido acima das outras. Nos últimos anos de 2013-2019 cresceu significativamente mais, com o Norte a registar um crescimento médio de 2,7%, acima dos 2,1% da União Europeia e os 2,2 de Portugal e a sub-região do Cávado teve 3,7%, sendo a região com maior desenvolvimento. É certamente um sinal de esperança, o que devemos ter em conta e apostar", afirmou António Cunha, presidente da CCDR-N, que também já foi reitor da Universidade do Minho e é um profundo conhecedor do Cávado.

A geração de valor é problema estrutural e um dos desafios desta sub-região, e que segundo António Cunha, é um problema da região Norte e muitas regiões europeias. "Os rendimentos e os níveis salariais, os rendimentos per capita, os indicadores de rendimento, não são consentâneos com o que é produzido na sub-região. Há uma geração de riqueza que depois não é retida e não temos sido capazes de valorizar o que é produzido como deveríamos fazer", concluiu António Cunha.

A sub-região do Cávado representa em termos de região Norte cerca de 11 a 12% de indicadores sociais e económicos, 6% em termos de território. Pontifica como a segunda sub-região com mais peso no contexto da NUT-II Norte. Para António Cunha equilíbrio é o que melhor define a região, apesar da sua diversidade com litoral e montanha, zonas urbanas e de baixa densidade, entre os três setores, agricultura, indústria e serviços, mas "que tem uma centralidade e que se desenvolve dessa centralidade para os outros dois eixos, enquanto as outras regiões, como a Área Metropolitana do Porto, se desenvolvem do litoral para o interior, e é mais balanceada", disse.

Os desafios e as interações

A estratégia apresentada para o Cávado tem em conta as grandes transformações societais e tecnológicas, dominadas pelas transições energético-climática e digital, que estão totalmente assumidas nas políticas europeias e nacional. Sublinhou que a "transição digital tem várias implicações sobretudo nos modelos de negócio associados ao que a indústria produz. Neste contexto há uma quase fusão entre produtos e serviços e que cada vez mais faz parte do dia a dia".

Num comentário do Plano Estratégico Territorial chamou para as interações entre as sub-regiões do Cávado-Ave, que partilham instituições do ensino superior como a Universidade do Minho e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, a rede de transportes, nomeadamente entre as duas principais cidades de Braga e de Guimarães, e dois territórios classificados pela UNESCO, o que recomenda, por exemplo, uma concertação em termos de promoção turística. Estas interações juntam-se com a Área Metropolitana do Porto e com o Alto Minho, "por onde está a passar um crescimento muito significativo sobretudo da relação com a indústria automóvel que se tornou um setor absolutamente decisivo para o Cávado, mas também para toda a parte litoral da região Norte".